Sou eu, é você quem estamos construindo esta sociedade a qual indignamos. 

     É comum em casos de violência bárbara provocar na sociedade uma revolta, mas ao mesmo tempo uma reflexão do que estamos construindo passo a passo e qual será o fim se não haver uma mudança profunda de consciência da sociedade. 

     Infelizmente, vemos que o homem caminha para sua própria destruição caso não mude os conceitos que vem se desenvolvendo. Um destes conceitos é a relatividade que se dá ao Valor da Vida dos pobres e dos marginalizados. Quando não valorizo a vida do outro certamente acabo dando a liberdade da minha vida não ser valorizado pelo outro. E como diz um ditado antigo “ os inocentes acaba pagando pelos pecadores” 

     O estado muitas vezes pouco se pode fazer, embora dele sempre esteja a cobrar quando vemos a miséria, a desigualdade social, a violência, a diferença brutante entre os ricos e os miseráveis. Digo isto porque, o estado é a própria sociedade civil, isto é, a instituição Estado é construída e dirigida pelo anseio da sociedade como um todo. Em suma, por mais queremos jogar a responsabilidade aos políticos, as instituições de governo ela se volta para a sociedade, pois é ela (sociedade) que tem o direito de decisão e construção de um mundo melhor e menos excluidor. 

     Pois bem, agora é importante ainda pensar que a sociedade é cada um de nós, isto é, sou eu, é você somado e mais cada um individualmente que somos sociedade. Aí novamente a responsabilidade já passa da sociedade para mim, para você. Enfim, enquanto cada um de maneira isolada procura viver só o seu mundo constrói um tipo de sociedade egoísta onde o interesse estará voltado particularmente para cada pessoa ou grupos. 

     O que a sociedade, ou o próprio homem esquece é que ele é um animal e como animal tem suas lutas para a sobrevivência, sendo assim, quando se vê acuado, sem saídas ele age pelo instinto. Porem com um agravante; o homem alem de ser um animal é racional, pensa, sente e reage segundo seu emocional. Sendo assim, ao mesmo tempo que ele se torna dócil, amável, pode se tornar raivoso e mal levando a destruição da própria sociedade. 

     Às vezes o que vemos ocorrer são grande equívocos; numa busca de dar mais direitos as pessoas, acaba destruindo outros valores que são fundamentais. Procura se dar mais direito, mais liberdade, no entanto, vão se destruindo referenciais que na verdade, são estruturas sólidas para uma formação seja emocional, seja de convivência entre os povos. 

     Penso que para uma mudança neste estado de coisas é fundamental cada ser humano reavaliar seus conceitos referente a vida, os direitos individuais de cada um, mas sobretudo, colocar em mente que serão nossas ações que provocarão reações positivas ou negativas de uma maneira geral. 

     Não basta indignar-se ou tomar medidas extremas diante uma fatalidade, um acontecimento horrendo, mas sim reavaliar conceitos os quais estão levando a este estado de coisas.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 11/02/2007
Reeditado em 17/02/2007
Código do texto: T378070