O EGOÍSMO. O EGOÍSMO ÉTICO.O EGOÍSMO PSICOLÓGICO
O egoísmo é a conduta daqueles cujos interesses, necessidades, vontades, e pontos de vista são postos sempre como prioritários.
Todos temos certo egoísmo. Até determinado ponto, é compreensível.
Mas achar que os outros existem para nos servir, e só para nos servir, já é algo um tanto patológico e tal atitude traz padecimento, pois os outros não corresponderão ao que o egoísta espera.
Se imaginar como um centro, em torno do qual tudo gira, eis um comportamento egocêntrico. Pura fantasia e tolice! Ter algum destaque entre os pares, tem sua lógica. Porém, pretender ser absoluto e único, não é razoável.
O egocentrismo na infância é uma necessiadade. Afinal de contas, o EU nessa fase é a referência para a criança apreender e compreender os outros e o ambiente. Porém, perpetuar esse sentimento na idade adulta, é não amadurecer.
Saber educar os filhos é decisivo nessa questão.
O egoísmo e o egocentrismo são naturais, são próprios do ser humano. Não são hábitos adquiridos. Com o crescimento, nos tornamos mais sociáveis e interativos. Passamos a enxergar que os outros também têm umbigo. Porém, os que não amadurecem...
Mas, falar em gene egoísta, conforme o pensamento do naturalista Richard Dawkins, é um exagero. Pode ter validade quando o assunto é reprodução. Entre os animais irracionais, por exemplo, até lutas "egoístas" entre os machos para copular uma fêmea no cio correm. Porém, querer explicar todas as atitudes agoístas do homem a partir dessa base natural não é plausível.
Porquanto sejam o egoísmo e o egocentrismo algo que nascemos com eles, o altruísmo é, sim, uma construção sócio-cultural.
Nada é mais condenável do que o egoísmo ético. Achar que só devemos agir em defesa de nossos interesses pessoais, é pregar atitudes antissociais, como o autoritarismo e o consumismo, por exemplo.
E é também exagero afirmar que todos os atos humanos visam sempre ao que é melhor para si (egoísmo psicológico). Para quem afirma isso, não existem atos altruístas. Uma pessoa que entra num rio para salvar outra que se afoga, arriscando a própria vida, segundo a tese do egoísmo psicológico, nada existe de desprendimento aí. O que há, no fundo, é a tentativa de parecer valente e corajoso perante os outros.
Não sejamos nem Rousseau (mito do Bom Selvagem) nem Thomas Hobbes (os homens, em seu estado natural, vivem como feras)!