Forró também é confraternização
Analisada a grosso modo, a festa de São João seria só mais uma oportunidade de o nordestino “cair na farra como gosta, especialmente na Bahia”. Diria assim o sulista, notadamente o paulista, enciumado porque considera que carrega o país nas costas (como diz o provérbio), ou seja só eles trabalham no Brasil.
Porém a coisa não funciona bem assim. Ouvi de um paraense, radicado na Bahia, que admira o baiano, exatamente pela sua capacidade de saber dividir como em nenhum outro Estado, a diversão e o trabalho. Lógico que baiano trabalha e muito. O desenvolvimento das cidades baianas, não foram os paulistas, paraenses ou gaúchos que o fizeram. A exemplo de São Paulo, onde os nordestinos muito contribuíram para a atual performance, não baianos também contribuíram para o desenvolvimento da Bahia, sendo atraídos por benesses aqui existentes. Uma dessas benesses são as muitas festas existentes na Bahia. É verdade que o baiano é tão fissurado em festas, que o cansaço pelo trabalho não o desanima, ao ponto de fazê-lo desistir de sair atrás do Trio Elétrico...
Mas do que estou querendo falar, é das atrações que o forró junino proporciona ao apaixonado nordestino. A primeira delas é a oportunidade de se encontrar amigos, primos, conterrâneos, quando a festa é na Capital. São festas “quase” familiares. Pessoas as quais não se ver a muito, estarão lá. Nem todos vão ali dançar forró. Muitos cercam imensas mesas, bebendo e comendo, conversando, confraternizando, perguntando pelos ausentes, felizes em rever muitos os que só é possível, naquela festa anual. Um dado: o forró não tem hierarquia social. O cara importante vai ali e é tratado de igual para igual. São todos irmanados no mesmo festejo, com a convicção de que estão ali para se divertirem e confraternizarem.
Forró dos antenses e convidados:
‘
Esses comentários me surgem depois de ter participado agora em junho, do XV Forró da minha cidade, Antas/Bahia, realizado em Salvador. Inicialmente, ou a 15 anos atrás, foi somente uma tentativa de meu tio Adolfo, juntamente com seus filhos, em reunir a colônia antense, na metrópole baiana, onde já era difícil a parentada se encontrar. Durante alguns anos foi realizado em seu bar, e lá estavam dos profissionais mais bem sucedidos, aos mais humildes retirantes, os quais vieram de Antas para a Capital para melhorarem de vida.
O forró acompanhou o crescimento de outra juventude, que veio aqui fazer faculdade, ou completar a sua vida estudantil, tornando-se profissionais bem sucedidos, não voltando mais para a sua terra, a não ser eventualmente, para rever seu povo. As atrações da velha cidade do Salvador, onde encontraram chances de crescimento, prenderam esses indivíduos, mas eles não abandonaram ou abandonam suas raízes. O encontro forrozeiro demonstra claramente essa atitude. Os problemas na Capital são grandes, mas a vontade de vencer é bem maior do que o acomodamento desses meninos e meninas que se transformam em grandes profissionais, sem esquecerem seu “torrão”.
Ali estavam: deputado, vereador, juízes, advogados, desembargadores. O presidente da Assembléia Legislativa e o Superintendente da Caixa Econômica Federal na Bahia, antenses. Empresários, funcionários púbicos bem sucedidos, jornalistas, educadores, etc. Todos comunados com gente mais simples. Muitos antenses que vieram do interior e de outras paragens somente para aquele forró. Idosos e aposentados nascidos na terra, juntos a suas famílias, estavam ali, com a mesma sede de encontrar seus conterrâneos. Vieram também muitos convidados. E a gente ali andando, dançando, brincando, procurado ver os que estavam presentes este ano, participando daquela grande confraternização. A previsão é que estavam ali presentes mais de 1 mil pessoas, em um recinto dividido em vários recantos além da área dançante. Estiveram lá, três Bandas musicais, e a festa transcorreu tranqüila, sem o mínimo mal entendido que só é possível numa festa tão irmanada. Parabéns a todos antenses.
Analisada a grosso modo, a festa de São João seria só mais uma oportunidade de o nordestino “cair na farra como gosta, especialmente na Bahia”. Diria assim o sulista, notadamente o paulista, enciumado porque considera que carrega o país nas costas (como diz o provérbio), ou seja só eles trabalham no Brasil.
Porém a coisa não funciona bem assim. Ouvi de um paraense, radicado na Bahia, que admira o baiano, exatamente pela sua capacidade de saber dividir como em nenhum outro Estado, a diversão e o trabalho. Lógico que baiano trabalha e muito. O desenvolvimento das cidades baianas, não foram os paulistas, paraenses ou gaúchos que o fizeram. A exemplo de São Paulo, onde os nordestinos muito contribuíram para a atual performance, não baianos também contribuíram para o desenvolvimento da Bahia, sendo atraídos por benesses aqui existentes. Uma dessas benesses são as muitas festas existentes na Bahia. É verdade que o baiano é tão fissurado em festas, que o cansaço pelo trabalho não o desanima, ao ponto de fazê-lo desistir de sair atrás do Trio Elétrico...
Mas do que estou querendo falar, é das atrações que o forró junino proporciona ao apaixonado nordestino. A primeira delas é a oportunidade de se encontrar amigos, primos, conterrâneos, quando a festa é na Capital. São festas “quase” familiares. Pessoas as quais não se ver a muito, estarão lá. Nem todos vão ali dançar forró. Muitos cercam imensas mesas, bebendo e comendo, conversando, confraternizando, perguntando pelos ausentes, felizes em rever muitos os que só é possível, naquela festa anual. Um dado: o forró não tem hierarquia social. O cara importante vai ali e é tratado de igual para igual. São todos irmanados no mesmo festejo, com a convicção de que estão ali para se divertirem e confraternizarem.
Forró dos antenses e convidados:
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Esses comentários me surgem depois de ter participado agora em junho, do XV Forró da minha cidade, Antas/Bahia, realizado em Salvador. Inicialmente, ou a 15 anos atrás, foi somente uma tentativa de meu tio Adolfo, juntamente com seus filhos, em reunir a colônia antense, na metrópole baiana, onde já era difícil a parentada se encontrar. Durante alguns anos foi realizado em seu bar, e lá estavam dos profissionais mais bem sucedidos, aos mais humildes retirantes, os quais vieram de Antas para a Capital para melhorarem de vida.
O forró acompanhou o crescimento de outra juventude, que veio aqui fazer faculdade, ou completar a sua vida estudantil, tornando-se profissionais bem sucedidos, não voltando mais para a sua terra, a não ser eventualmente, para rever seu povo. As atrações da velha cidade do Salvador, onde encontraram chances de crescimento, prenderam esses indivíduos, mas eles não abandonaram ou abandonam suas raízes. O encontro forrozeiro demonstra claramente essa atitude. Os problemas na Capital são grandes, mas a vontade de vencer é bem maior do que o acomodamento desses meninos e meninas que se transformam em grandes profissionais, sem esquecerem seu “torrão”.
Ali estavam: deputado, vereador, juízes, advogados, desembargadores. O presidente da Assembléia Legislativa e o Superintendente da Caixa Econômica Federal na Bahia, antenses. Empresários, funcionários púbicos bem sucedidos, jornalistas, educadores, etc. Todos comunados com gente mais simples. Muitos antenses que vieram do interior e de outras paragens somente para aquele forró. Idosos e aposentados nascidos na terra, juntos a suas famílias, estavam ali, com a mesma sede de encontrar seus conterrâneos. Vieram também muitos convidados. E a gente ali andando, dançando, brincando, procurado ver os que estavam presentes este ano, participando daquela grande confraternização. A previsão é que estavam ali presentes mais de 1 mil pessoas, em um recinto dividido em vários recantos além da área dançante. Estiveram lá, três Bandas musicais, e a festa transcorreu tranqüila, sem o mínimo mal entendido que só é possível numa festa tão irmanada. Parabéns a todos antenses.