Quando se Ama...
Quando se Ama...
Saímos às ruas apressados para comprar um presente, para mostrar a outra pessoa o tanto que gostamos dela.
Mas esquecemos de olhar para dentro de seus olhos, sentir a temperatura de seu corpo, perceber seu gesto, ouvir suas necessidades...
Ampliamos suas angustias, pioramos seus sofrimentos, porque não lhe damos a atenção necessária, não a tratamos com dignidade.
Estraçalhamos seus corações com mentiras, subornos e agressões, para depois deixa-las, ou até continuamos, para manter uma aparência, quando nossos cargos nos exigem que tenhamos uma conduta irrepreensível.
Anulamos dons, personalidades, em função de nosso egoísmo, ou da nossa maldade.
Há cadáveres vivos nos despenhadeiros do desequilíbrio, disfarçados na cachaça, na droga, na prostituição, por não agüentarem a dor de uma traição, ou da indiferença.
Amargam a desdita do companheiro infeliz que as trocaram por girassóis...
Violentamos o templo sagrado do sentimento do outro, quando pela nossa indiferença o abandonamos.
Levantamos a voz, quando deveríamos cantar para harmonizar seus ouvidos sensíveis.
Batemos quando deveríamos acariciar, levando o toque de nossas mãos suaves no corpo do outro.
Agredimos moralmente, quando deveríamos elogiar, mostrar para o outro sua capacidade de ser cada vez melhor.
Que amor é esse, que consome a alma do outro, num cativeiro infernal de ciúmes, desrespeito, e violência?
Que mata que rouba a paz, que escarnece...
Vamos sim, sair apressados para comprar o presente da não violência, do respeito aos direitos alheios, do amor e recheá-los de muito carinho, generosidade, bondade, lealdade, companheirismo, e alegria.
Quem de nós não gostaria de ser bem tratado, amado, respeitado, compreendido, querido...
Todos com certeza!
Porque então não cativar um coração com pequenos passos... Hoje você sorri amanhã você abraça depois você se apaixona e com o tempo aprende a amá-la como ela é sem desfigurar seu caráter.
Por Clemilza Maria Neves de Oliveira