Política, mudanças substanciais profundas

Certa vez assistia a TV Senado, e um brilhante senador da republica num desabafo disse: “A política é a arte de enganar”. Achei um verdadeiro absurdo quando falou esta frase, mas entendi perfeitamente, pois falava dentro de um contexto e também por acompanhar este senador sempre pela TV, embora que seja através da mídia, que é um dos que se salvam.

A sociedade de um modo quase que geral, não tem a consciência política ,ou seja, não dão a importância mínima pelo seu voto. Uma enorme maioria não se interessa pela política, não gosta de falar de política, não acompanha a atuação de seus representantes e assim, mantém uma ignorância profunda sobre este assunto. É a partir deste quadro que os políticos desonestos aproveitam entram no Poder e ali se perpetualizam.

Embora hoje vivemos uma democracia e que de tempo em tempo há eleições, o que observamos é que existe um ditadura informal que somente não atinge de forma mais profunda o Poder Executivo porque este não pode ficar mais que dois mandatos consecutivos. É comum vermos políticos no Poder Legislativo a 15, 20, 30 anos. Pois, devido esta ignorância da sociedade civil. Para ser hoje um representante político basta ter recursos e certamente estará dentro deste Poder.

O que podemos observar é que o eleitor pela sua ignorância política, embora deteste os políticos vivem sempre a espera de cada eleição como se fosse um grande natal. Nos momentos de eleição usam deste período para realizarem suas fantasias, construírem suas casas, pagarem suas contas atrasadas, tomarem suas cervejas com freqüência, conseguirem suas consultas médicas, ou mesmo cobrarem melhorias imediatas como uma lombada na porta de casa e por ai afora... então a eleição é um momento do eleitor desabafar de forma a obter toda a sua necessidades pessoas.

Para outros as eleições é um momento de desabafar todo ressentimento reprimido de eleitores que sentem-se indignados pela classe política, protestando, colocando todos os candidatos num nível só, em muitos casos o eleitor nem recebem os candidatos quando estes se apresentam, tamanha é a revolta interna, aqui também é importante colocar que está revolta na maioria das vezes é pela própria ignorância.

O que podemos observar é que, o político tendo consciência e estando a par de tudo isto basta falar a linguagem de cada eleitor, e tendo o recurso ele satisfaz os desejos imediatos, compram as fantasias de seus eleitores, e desta forma, mantém seus eleitores acabrestados.

O político com grande recurso financeiros, com uma boa agencia publicitaria, tendo em sua legenda ou coligação vários candidatos medianos de votos certamente perpetualiza no Poder, está garantido.

Quando não se politiza o cidadão, quando se compra a consciência do eleitor e o mantém na ignorância de sua cidadania está voto é nulo, este eleito não tem a outorga para exercer o mandato e hoje é isto que estamos presenciando a cada eleição que passa.

A eleição tem-se decidido nos últimos dias, nas ultimas horas. Uma porcentagem significativa de 20 a 30% do eleitorado decide na ultima hora em que votar. Esta decisão acontece quando estão indo às urnas uns recebem R10,00, R$15,00 juntamente com a bilhete do candidato, outros pegam os números que são jogados durante a madrugada nas ruas, para digitar na urna.

Os candidatos compram cabos eleitorais que vivem das campanhas, muitas vezes cabos que são verdadeiros politiqueiros, baderneiros que fazem das campanhas uma verdadeira baderna, onde quem conseguir manchar mais os adversários políticos conseguem mais votos.

Diante este quadro, deve se fazer uma profunda reforma política. Reforma que atinja os partidos políticos; reforma que atinja os candidatos; reforma que atinja o processo de eleição; reforma que atinja de imediato o candidato no pleito; reforma na propaganda eleitoral; reforma no processo de habilitação para ser candidato.

Estas reformas são necessárias e fundamentais, porque o processo de politização do leitor é lento e demorada. Mesmo que a classe política vai melhorando a cada eleição, ainda assim, este processo de consciência política é demorada e a cada frustração do cidadão com os políticos todo um trabalho construído desmorona e volta a zero. Certamente, teremos esta confirmação na eleição no ano de 2006.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 23/07/2005
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