LINGUARIDO II
LINGUARUDO II - Tiago 3.4-10
Linguarudo (ou linguaruda) é quem tem a língua solta para “marcar” a vida alheia com adjetivos vis, baixos e imorais.
É quem persegue sem tréguas, sem escrúpulos e implacavelmente não sossega, enquanto não vê os outros infelizes ou prejudicados parcial ou totalmente, material ou eticamente.
Linguarudo é quem não mede as conseqüências de suas palavras e passa a “carimbar” os outros com a nódoa da desfaçatez, como se estivesse desembrulhando uma bala para uma criança chupar.
É quem espalha “boatos” sem provas, sem fundamentos, coisas que não aconteceram e que ninguém viu, apenas ele/ela (linguarudo/a) engendrou em seu malsinado coração, que é estúpido/a e implacável com os outros.
O Linguarudo dificilmente encontra tempo para exame de consciência, pois esta anda mais cauterizada e mais dopada que os embriagados modernos deste nosso mundo lixo.
Ele é covardão, pois lança suas chamas sempre se escondendo na sombra ou na penumbra da hediondez e do anonimato. Isto é que deixa a gente intrigada e revoltada interiormente, as más línguas estão sempre sob um véu compacto, escondido, nos becos da vida, ou por trás das estacas e postes das esquinas imaginárias ou da ilusão, sem deixar ao menos uma ponta para serem vistos e serem reprovados de pronto.
O linguarudo cospe fogo mais real, mais aquecedor e destruidor do que as larvas vulcânicas e incandescentes do Etna e do Vesúvio, ambos em erupção, que deixam estarrecidos e amedrontados grande aglomeração urbana.
Ele só “bate” em quem não tem defesa ou em quem, desavisado, não tem como se defender, pois, ele, apunhala pelas costas.
O linguarudo tem índole assassina não só na língua sem trava, mas na alma desumana e desnudada de valores éticos e espirituais, pois sua alma é a própria escuridão do pecado.
Não há lugar para gente deste naipe neste mundo. Só mesmo o arrependimento, a sua busca pela fé em Cristo, a graça de Jesus, único meio de livrá-lo da condenação eterna – o lago de fogo e enxofre ou a futura maldição na eternidade.
Conta-se que uma pessoa de “língua solta” morreu e seu corpo foi para o cemitério conduzido numa ambulância pequena, mas numa Scânia imensa, levaram “para sua última estadia neste mundo”, a sua grande língua!
Quem se beneficia do linguarudo? Os que zombam dos outros após ouvirem suas mentiras e meias verdades. Sim, mas estes também terão a sua recompensa e ainda se soma o fato de que quem zomba dos outros com as lorotas do linguarudo, ajudando-o a espalhar o “pecado que incendeia a vida alheia” (a maledicência), de forma impiedosa, são no mínimo, uns desgraçados, miseráveis, pobres e desnudos dos valores éticos, que vivem sempre por baixo e nada estarão levando de bom da vida pútrida que vivem “debaixo do sol”.
Que o (a) amigo (a) linguarudo (a) possa mudar de vida, de linguagem frívola para a linguagem sã, indo de encontro ao Salvador Jesus, pois do contrário, lhe espera a fornalha de fogo e enxofre ardentes. Amém!
Muniz Freire, 22 de novembro de 2005.
Fernandinho do forum
Ver, na p. 1, deste Blog "Recanto das letras", o artigo "O fofoqueiro".