MILITARES DA RESERVA

MILITARES DA RESERVA

“A vida é alegria, quando espalhamos apenas otimismo e amor em redor de nós. Busque sempre ajudar e servir, derramando felicidade em torno de você, e a alegria voltará para você mesmo”.

Raça de fortes, povo de bravos, radiosa Terra do nosso amor, jamais fizestes filhos escravos, nós mostraremos o teu valor. Pouca gente conhece a importância da boa execução das coisas mínimas. Há homens que, com falsa superioridade, zombam das tarefas humildes, como se não fossem imprescindíveis ao êxito dos trabalhos de maior envergadura. Lendo um artigo intitulado “Um Militar da Reserva” que começa com a seguinte frase: Uiva em silêncio. Sua raiva concentrada. O militar da reserva foi tudo. Comandou, gritou, deblaterou. Pequeno deus. Hoje suas estrelas semelham lágrimas de metal. Na cabeça branca o quepe é um pássaro remoto. Frustração maior: Virou civil.

Muito bonita, porém insinuosa, esta frase de Dimas Carvalho implícita em seu livro “Itinerário do Reino da Barra”. O militar da reserva é altivo, mas não arrogante, está sempre à procura de uma diretriz para solucionar os problemas de seus companheiros, não veste pijama e sim camisa suada, pela dureza das atividades diárias. Afinal, a reserva não é sinonímia de falecimento, estamos vivinhos da silva. Somos privilegiados, após batalhas sufocantes, estressantes, perigosas, ingratas e antipáticas para uns, ainda conseguimos, através do coração vibrante, do sangue forte que corre em nossas veias, batalhar em prol da comunidade, da nossa corporação, honrando o que juramos com o sacrifício da própria vida. Reserva não significa fim, jamais ensarilhamos nossas armas, elas estão no aquartelamento. Hoje nossa é outra, a caneta, que apõe no papel o aprendizado intelectual da vida através das mãos habilidosas de oficiais íntegros e inteligentes.

E de praças, a custo de suor e lágrimas, estão se especializando no afã de galgar posições mais altas mesmo estando afastados da atividade. Não existe frustração maior, se virou civil, ninguém sabe, ninguém viu. Continua em sua narrativa o escritor: “Acompanha com lágrimas nos olhos as paradas. Visita os quartéis nos dia de gala. Mantém sofridas amizades com oficiais impacientes. Seu bastão está quebrado. Somente parcos vizinhos compadecidos o interpelam pela patente, ou velhos amigos”. Existe na vida militar um cliquê muito conhecido: “peito para fora e barriga para dentro”, esta sim é a posição do militar da reserva quando comparece ao dever cívico ou às comemorações militares. Militar da reserva jamais será um homem escalafobético. Nossas amizades são sadias, nossos companheiros de ativa sabem que um dia a reserva os espera, e lá estaremos prontos a recebê-los de braços abertos, com largos sorrisos nos lábios, afinal nós militamos numa reserva briosa, digna e não lidamos com oficiais impacientes. Nosso bastão está inteirinho e somos bem quistos por nossos vizinhos, sentimo-nos honrados por isso, nunca exigimos que nos chamem pela patente e os velhos amigos são nossos irmãos. Aliás, vivemos em coletividade, e o militar da reserva exerce um papel digníssimo junto a sua comunidade. Não tem choro nem vela, usamos fita amarela gravada com o nome dela, “Pátria Amada Brasil”.

Dimas vai mais além: “Vê que a força que dispunha, o poder que ostentava, eram ficções e fantasia. Nem a distante esperança de uma guerra pouco provável o consola; ele bem sabe que a guerra mais feroz se desenvolve sob a calma aparente do dia a dia. E que para esta ele está agora irremediavelmente desarmado”. Meus Deus quanta incredulidade numa pessoa só! Este militar da reserva que falas nunca existiu, alquebrado jamais, calejado sim, militar já foi poder e se for necessário voltará a ser. Quero reafirmar ao nobre companheiro que ainda temos muita força e que nada é ficção, nem fantasia fomos educados na disciplina e hierarquia.

Uma guerra não consola ninguém, preocupa e se houver estaremos lá para defender a nossa pátria amada com certeza. Numa coisa você acertou em cheio; a guerra mais feroz se desenvolve sob a “calma” aparente do dia a dia. Vou afirmar porquê: Somos o país do Tudo e do Nada, Quanto mais têm, mais quer; É dando que se recebe, Ilha da fantasia, onde uma parcela de políticos se elege pelas benesses de empresários, não rezam na cartilha do social, enquanto isso a população passa mal. Irremediavelmente desarmados por políticos que não cumprem o que juraram perante a Constituição, aliás, para alguns deles tudo é inconstitucional, quando é a favor do povão não cumprem as decisões judiciais da Suprema Corte, se sentem doninhos do estado onde nasceram.

Uma dívida externa e interna astronômica que já somam trilhões e ainda nos pagam salários de miséria e nos apelidam de “Marajás”. Lembre-se: O abuso de autoridade é próprio de quem transborda em frustrações; É preciso que a obediência venha com diálogo; Por mais lindo que seja o canto de um pássaro acostumado em gaiola, jamais terá mais honra que um pardal que não canta em cativeiro; Quem educa o filho somente para si, aumenta o número de rebeldes e de delinqüentes; Cuidado com o que você faz, porque seu filho quer ser muito do que você é; Um homem que não se ajoelhava para Deus, começou a fazer isso depois que se ajoelhou para brincar com seu filho!

Um sábio não pode esquecer-se de que, um dia, necessitou aprender com as letras simples do alfabeto. Além disso, nenhuma obra é perfeita se as particularidades não forem devidamente consideradas e compreendidas. De modo geral, o homem está sempre fascinado pelas situações de grande evidência, pelos destinos dramáticos e empolgantes. Para quem você tira o chapéu? Eu tiro: para a honestidade, a humildade, o caráter, a educação, o respeito, a caridade, a fraternidade e os bons princípios.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-OFICIAL SUPERIOR DA POLÍCIA MILITAR-GESTOR DE EMPRESAS E ESTUDANTE DE JORNALISMO.

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 04/02/2007
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