Do Processo Criativo

O processo criativo, como quase tudo, é algo extremamente particular, mas algumas nuances tem similaridades importantes entre a maioria das pessoas. Percebo, em meu caso particular, que eu vario entre dois métodos, muitas vezes mesclando ambos: o racional e o sensitivo ou inspirado.

No método criativo racional, o indivíduo escolhe um tema, estuda sobre ele, decide o que quer discursar e a forma como irá fazê-lo. Geralmente é um método mais demorado, pois a pessoa se atém principalmente a beleza da forma e do conteúdo transmitido, como se faz em uma redação de vestibular. Deste modo, o indivíduo escreve quando quer ou necessita, trabalhando as palavras, a forma e o conteúdo conforme sua vontade consciente.

No método “inspirado”, a criação se dá de modo diverso. O indivíduo está imerso em conceitos e palavras que saltam de seu inconsciente de modo puramente automático. São as músicas e poemas que aparecem prontos na mente, praticamente recitados pelo cérebro. São frases, que, como costumo dizer, querem ser escritas e se a pessoa não as escreve na hora em que surgem, não há como se lembrar mais delas, pois não são construções da consciência, mas “ditados” do inconsciente através de um determinado estado emocional específico. Por isso, geralmente o método “inspirado” requer certo isolamento associado a uma imersão emotiva. Como disse, isto é algo muito particular a cada indivíduo e no meu caso específico, se eu não escrevo a frase naquele exato momento, eu me perco, pois a mente não para, ela continua fluindo o texto, quer eu escreva ou não e nem sempre a escrita companha a velocidade da formação do texto. Trata-se de uma imersão emotiva em um determinado assunto.

A mescla entre ambos ocorre na maioria das vezes, principalmente nas construções poéticas. Isto porque passado o sobressalto da escrita, a pessoa relê o texto, troca palavras por outras para evitar repetições e tornar o texto mais claro, como também mais belo.

Enfim, o processo criativo parece ter tantos mistérios a serem desvendados, como a própria criação.

Baco Diphues
Enviado por Baco Diphues em 25/05/2012
Reeditado em 25/05/2012
Código do texto: T3687534