Educação e sonhos
Ouvi recentemente uma história que me chamou muito a atenção. Se não me falha a memória foi na semana passada. Um dentista australiano de 97 anos recebeu o diploma pela conclusão do mestrado em ciências médicas. Segundo a universidade, é o mais velho estudante do mundo. Ele nasceu em 1915 e frenquenta os bancos das universidades desde 1930.
Esta história pode nos levar a várias reflexões. A primeira delas: qual a importância da educação? Estamos vivendo um momento complexo nesse aspecto em nosso país. Os números nos dizem que o analfabetismo diminuiu nos últimos anos porém a realidade revela adolescentes que estão há anos de corpo presente na escola mas que ainda não sabem ler. Isso me remete ao ilustre Paulo Freire que diz: “A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” Então que futuro podemos esperar de um país que possui diplomados analfabetos ou analfabetos diplomados?
Outro aspecto que podemos refletir: quando é hora de parar? Poderia também perguntar quando é hora de parar de querer? Ou de parar de sonhar? Hoje vivemos mais do que as gerações anteriores. Me lembro quando estudei no colégio a respeito da pirâmide que envolvia nascimento, idade adulta e terceira idade e a professora nos explicava que esta pirâmide estava se invertendo. Naquele momento não importava muito para nenhum de nós adolescentes preocupados com a puberdade. Agora isso é uma realidade.
Estamos vivendo mais. E o que fazemos disso? Quando é hora de parar? A resposta para essa pergunta pode ser resumida em uma palavra: nunca. Esse dentista australiano nos deu essa resposta ao se formar aos 97 anos. Esse questionamento é pertinente e importante na medida em que ainda ouço de pessoas de 50, 60 ou 70 anos a catastrófica frase: estou velho demais para isso. Então devo retornar a pergunta: está velho demais para quê? Para viver? Enquanto ainda respiramos é possível realizar sonhos, desejos.
Então há na história desse senhor australiano grandes lições. Nunca é tarde para buscar algo que realmente desejamos (independente do que for) e o conhecimento acrescenta sempre.