PAI NÃO PODE SEGURAR OS FILHOS

PAI NÃO PODE SEGURAR OS FILHOS

Alguém, querendo motejar as ações de um pai, comenta: “Fulano de tal, sempre foi radical em suas idéias, mas no entanto, não pode impedir que seus filhos tomassem rumo diverso de suas idéias”.

Acontece muito disso no meio dos homens. É comum. Mas a culpa, nem sempre é dos pais.

Os pais se conduzem em seus caminhos, ensinam os filhos, mas estes podem tomar o rumo que quiserem. Eles não vão e nem devem ficar “nas fraldas” a vida toda. Precisam demonstrar personalidades próprias e ideologias pertinentes a eles (filhos) mesmos. Necessário se faz e bem, quando se “corta o cordão umbilical”.

Segurar os filhos toda a vida, é só para quem aprova os que gostam de monotonia nos outros, pensando que os filhos têm que acompanhar os pais, de forma perfeita, sem tirar, nem por. Acham que os filhos precisam pisar o mesmo espaço dos pais, exatamente nas marcas deixadas por eles nas “areias da vida”, estando enganados e muito, pois tal afirmação não mais tem cabimento no mundo cheio de diversas filosofias e de realidades outras!

Senão vejamos: o povo de Israel que vivia sob a Teocracia (o governo direto de Deus), no tempo de Samuel, preferiu escolher a Monocracia de um Rei, espelhando-se no modelo das nações pagãs da época. Mesmo sendo bastante avisado de como seria essa troca de governante – de Deus para o humano. Assim mesmo eles preferiram e Deus permitiu! Seria o caso de se perguntar: Mas Deus não é Soberano? Em Sua Soberania não pode segurar o seu povo à sua mercê? Cadê a Sua força, os seus exemplos, os seus ensinos?

Mas a resposta é simples: Deus não invade o coração humano. Ele pôs no homem o dispositivo do livre-arbítrio. Em Sua Soberania Ele manda e desmanda, mas em se tratando das ações humanas, Ele não esbulha, não invade! Se assim o fizesse, o erro não seria do homem. Os atos, estes os homens precisam praticar, por isso os erros são sempre dos homens.

Da mesma forma os pais. Eles ensinam e apontam o caminho certo com a vida e palavras. A escolha, a conduta, os caminhos a seguir serão dos filhos. Os erros também serão deles, não dos pais. Não venham assim responsabilizar os pais pelos atos e ações que esses não cometeram!

O mesmo se pode aplicar a um político eleito em um pleito eleitoral qualquer. De vez em quando alguém passa a culpa nos que elegeram ou indicaram este ou aquele político eleito. Se fez “coisa escandalosa” ou “criminosa” contra os parâmetros da Lei do País ou da Lei de Deus, a culpa é dele, pois quem o indicou ou elegeu, a sua responsabilidade foi até ali: na indicação e na eleição! Mas os atos, esses ficam por conta de quem os cometeu. A responsabilidade é pessoal. Como diz a Lei Substantiva Penal: “o crime não passa da pessoa do agente!”

Muniz Freire, 21 de julho de 2003.

Fernandinho do forum