CONTE-ME UMA HISTÓRIA

Conte-me uma história que valha a pena ser ouvida e contada também. Ainda que curta, mas que possa ser considerada uma história, não um pequeno conto!

Conte-me uma história do passado mesmo, ainda que bem remoto, para me deliciar com as pessoas e coisas que não vi, nem presenciei, fazendo-me aguçar a curiosidade acerca dos meus ancestrais ou de outras linhas genealógicas!

Conte-me uma história ainda que seja do passado triste, que lhe garanto, vou parar para escutar, com alegria e atenção necessária.

Conte-me uma história mesmo que seja de uma velha caduca, para eu passar para outras crianças inteligentes, a fim de extrair-lhe as lições competentes.

Conte-me uma história romântica e, em sendo assim, poderei fortalecer outros adolescentes e jovens, passando para eles a esperança de que o romantismo não passa nem se esgota na vida. Se este passasse, cessariam estas duas lindíssimas fases da humanidade.

Conte-me uma história de uma cidade pequena ou grande, mas conte-me devagar! Uma história de seus humildes começos e dos sonhos de quem primeiro as colonizou e sofreu por elas!

Conte-me uma história de fofoqueiros, mas não de fofocas, para eu gargalhar e curar o stress que sempre nos assola as emoções e a mente!

Conte-me uma história de gente séria, honesta e austera, mas para me inteirar delas e aprender os seus costumes e zelos exemplares.

Conte-me uma história e não me deixe à margem dos fatos, já que não só uma criança gosta de histórias. Histórias da vida perene, de animais, de brincadeiras e histórias que encantam a todos no mundo afora!

Conte-me uma história das bandinhas de crianças, surrando latas velhas simulando “marcha soldado” nos quartéis, outras (crianças) pulando muros, indo ou saindo da sala de aula com euforia. Histórias que são mais que “contos de carochinha”, para o deleite de quem está sempre encantado e não se cansa com as mil e uma histórias que a própria vida nos relata. Mas, seja como for e na hora que você quiser, conte-me uma história, por favor!

Muniz Freire, 07 de março de 2004

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