MENINA MÃE

MENINA MÃE

São as adolescentes que “mal saíram das fraldas” e se jogam na aventura de querer imitar suas mães de verdade, entrando no esquema de “produções independentes”, para não se dizer produções irresponsáveis ou gravidez sem planejamento e no tempo certo, já que tudo na vida tem seu tempo.

Tem sido cada vez maior o número de meninas que engravidam nos grandes ou pequenos centros urbanos, pois está se tornando comum vermos meninas com um bebê no carrinho ou no colo, enquanto que outras exibem sua gravidez, usando roupas que deixam a barriga à mostra. A partir da primeira ovulação, que ocorre em torno de 15 dias antes da menstruação, a menina pode ficar grávida.

São as meninas-moças que têm, em sua maioria, corpo de mulher mas cabeça de criança, que entendem que já podem e devem participar de tudo da vida, esquecidas ou não conhecedoras dos altos riscos que uma gravidez proporciona. Dizem os entendidos que até aos 20 anos a mocinha corre tremendos riscos de perder a criança ou a sua própria vida ao se deparar com um parto complicado, mesmo com acompanhamentos médicos. Seu organismo em formação não está preparado completamente para as modificações necessárias, a fim de nutrir, sustentar e desenvolver o serzinho que está em seu interior (útero). Dizem ainda os médicos que a gravidez na adolescente está sujeita a complicações, tais como o trabalho de parto prematuro, a pré-eclâmpsia, que é o aumento da pressão arterial durante a gestação, a anemia, o deslocamento prematuro da placenta e outras condições que levam até o risco de morte materna e fetal e que ocorrem com maior frequência quanto menor a idade.

Um fato que agrava demais o risco que somente pela idade já existe, é que a adolescente tenta esconder essa gravidez até onde pode, por medo da reação dos seus pais ou por não saber o que fazer em relação à escola e à sociedade, chegando, muitas vezes, a tentar interromper a gravidez através de um aborto. Realmente, esse é um período de estremo desespero que faz com que se inicie o pré-natal já no final da gravidez.

Vivemos uma geração que não está medindo as consequências de seus atos, que diz que assume tudo, mas, na verdade, não aguenta suportar os desdobramentos destes mesmos atos. Em tudo ainda dependem das mães e dos pais e ainda arranjam mais “dores de cabeça” para eles (pais), para si mesmas e também para os governos e governantes, que precisam se desdobrar para distribuir justiça social com construção de creches, hospitais e atendimentos a auxílios natalidades e outros direitos inerentes à criança, ao adolescentes e aos mais miseráveis da sorte, na hora do pós -parto.

Andam esquecidas e mal informadas de que estão queimando uma fase de suas vidas. A fase mais gostosa, que precisa ser curtida, com passeios com os amigos e amigas, esportes, estudos, brincadeiras, praia, excursões, acampamentos e tudo o mais de colorido, que a fase adolescente oferece, mas que muitas jovenzinhas não estão sabendo aproveitar e que nunca mais voltará para elas, pois só se vive a adolescência, a juventude ou qualquer outra fase da vida uma só vez. Muitas vezes a menina-mãe tem que abrir mão dos estudos para tomar conta do seu bebê, que não é como as bonecas que, vestidas, são deixadas de lado à beira da cama ou nos sofás! Não, o bebê precisa de cuidados especiais da mãe o tempo todo. Ser mãe requer dedicação e tempo.

“Mal saíram das fraldas” e têm que se dar em favor de um bebê que é parte de seu ser, mas sem as experiências necessárias que a vida ainda não lhe ensinou. A vida moderna tem destas coisas- a de passar experiências para outras pessoas, sendo que ainda não foi bem amadurecida na vida de quem tem a incumbência de transmitir a outros. Se eu ainda não assimilei bem o que a vida tem a me passar, como o passarei a outros ? Ela que ainda está em formação, acaba tendo que abrir mão do processo natural do seu próprio desenvolvimento para cuidar da formação de outro ser, que está sob sua responsabilidade. A coisa é mais séria do que parece!

Nas novelas e filmes, quando aparecem meninas-mães, temos a impressão de que tudo é muito bonito, mas na vida real não é bem assim! A realidade é bem diferente da ficção. No mundo real, o bebê precisa de sustento e de cuidados que a menina-mãe nem faz idéia.

A adolescente deve viver o seu dia-a-dia sem se deixar levar por qualquer prazer passageiro, pois as consequências de uma gravidez sem planejamento são para toda a vida. Ser mãe já é pesado, mas menina-mãe é muito mais! Não se deve sobrecarregar o Governo com direitos que podem ser adiados e nem entristecer os pais, com uma produção prematura. Se se puder evitar que outros e você mesma, adolescente, venha a sofrer no futuro, é bom! Deixe que sua vida transcorra normalmente e no devido tempo!

MUNIZ FREIRE, 10 de março de 2.002

Fernandinho do forum

Fernandinho do forum
Enviado por Fernandinho do forum em 11/05/2012
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