O HOMEM DO MOINHO
O HOMEM DO MOINHO
Já é conhecido entre as pessoas do comércio de Muniz Freire, como “O Homem do fubá”. Particularmente, prefiro denominá-lo de “O Homem do moinho”, porque é lá que ele fica grande parte de seu tempo, trabalhando, esperando a moagem e até estudando sua Bíblia, as lições da EBD e ainda fazendo suas anotações pessoais, enquanto as pedras giram a toda velocidade, movida a força elétrica.
O fubá que fabrica, moendo o milho de grãos pequenos ou grandes, velhos ou novos, bem amarelinhos ou menos corados, é produto de seu esforço e dedicação diários.
O moinho é o maquinário a sua disposição que ele mesmo montou, constituído de duas “mós” (pedras redondas, com furos em seu centro, formando uma verdadeira circunferência), que, ao girarem uma sobre a outra, friccionando o produto (milho, in casu) da lavoura, resulta em canjica, fubá ou farelo, bastando apenas um ajuste mais ou menos frouxo que se dá entre as denominadas pedras.
Estas duas pedras são famosas e milenares. Elas estão contidas no livro de Deuteronômio. Mencionadas na Lei de Moisés e inseridas na cultura hebraica. Quando um casal recém casado ficava endividado e, sendo o primeiro ano de sua convivência conjugal, era proibido penhorar-se qualquer uma daquelas pedras de moinhos. Eram instrumentos necessários para a sobrevivência da família, portanto, mais que justo o veto. Era uma prevenção equilibrada e justiceira da lei mosaica em favor da justiça social. (Dt 24.5 e 6)
Porém, mais importantes que as famosas pedras de moinho, sempre foi e será o próprio homem do moinho. Ele é quem faz a máquina funcionar. Ele é quem paralisa o seu trabalho para “picotar” as pedras ou ainda comprar outras, substituindo as velhas pelas novas, quando, pelo uso e gasto, através do tempo, não dá mais consistência ou eficiência no poder de moagem. O homem é sempre o seu supervisor. Qualquer máquina, por mais moderna que seja, sem a mente humana, nada gira, nada impulsiona e nada constrói (ou nada mói).
O homem do moinho separa os grãos. Ensaca o produto moído. Armazena. Dá preço em seu trabalho. Vende e transporta tudo ao atravessador ou comerciante da cidade que, por sua vez, faz chegar o produto de sua faina, ao consumidor final que o leva para casa, saboreia e ainda volta para comprar mais. É o ciclo ou giro dos produtos comerciais e alimentícios de que o ser humano se serve para a sua própria sobrevivência.
O homem do moinho (ou moleiro, em linguagem mais sofisticada ou sinonimizada) é o amigo Jurdino da Silva Souza - o tão conhecido “Juba” que veio de Italva (RJ). Radicou-se em Muniz Freire (ES) e sustenta a sua família com a dedicação que lhe é peculiar, dividindo também seu tempo, no esforço de estudar e de pregar a palavra de Deus, no templo próximo ao seu moinho, na Fazenda “Bugari”, mais especificamente, entre a família “Caçador”, neste Município já mencionado. E ainda, com os seus sessenta e oito (68) anos de idade, arregimenta forças e entusiasmo, para acompanhar seu amigo evangelista, em suas várias andanças de proclamação da Palavra de Deus, Estudos Bíblicos, Clarinadas e Mini-conferências nas várias Igrejas, cidades e lugarejos, onde quer que haja carência de Deus! Deus o abençoe homem do moinho!
Muniz Freire, 03 de agosto de 2.003
Fernandinho do forum