A vida

Ignoro a vida que não seja a minha.

Não sei viver, para agradar.

Nem ao menos demonstrar que estou alegre, para satisfazê-lo.

Por isso muitas vezes, passo sem ser notada.

Opção.

Mesmo que às vezes, me incomode.

O frio da indiferença.

Mas ando, e não olho para trás.

Seria absurdo de a minha parte fazê-lo.

Penso que seria uma intrusa.

O que lhe pertence não o quero.

Fica parecendo que o desejo.

E quando isso se dá, atormento-me.

O que me prende é o mesmo que me encarcera.

Por isso ignoro a vida que não seja a minha.

Odeio ser o que querem que eu seja.

Sinto bem em ser eu mesma.

Sem rótulos, imagens, distorções...

A margarida é minha flor predileta.

É tão simples, que não tem antologia.

Minha opção é viver minha certeza é buscar, e meu destino é me tornar.

Por isso não tenho dobras.

Amo não por amor, ou por amar.

Mais por sentir o ser em seu olhar.

O que se torna obscuro pra mim num dia,

No outro fica transparente.

Minha maneira cordata de ser, imobiliza o tempestuoso em meu caminho.

Nada espero daquele que caminha lado a lado em minha jornada.

Nem eu e muito menos ele, temos do que doar.

Certa vez, busquei conselhos.

Esqueci de me consultar.

Foi tão forte o bloqueio, que cai sem levantar.

Sinto-me mais feminina, quando o vento sopra meus cabelos.

Meus pés tocam o chão.

E me olho num espelho.

Quando me apaixono, não fico iludida.

Mas me emociono me divirto.

Jamais garanto a mesma frase num só dia.

Seja por falta de persistência, ou mesmo a mentira.

Mas de uma coisa tenho certeza ignoro a vida que não seja a minha.

Por Clemilza Maria Neves de Oliveira

Clemilza Maria
Enviado por Clemilza Maria em 27/04/2012
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