A vida
Ignoro a vida que não seja a minha.
Não sei viver, para agradar.
Nem ao menos demonstrar que estou alegre, para satisfazê-lo.
Por isso muitas vezes, passo sem ser notada.
Opção.
Mesmo que às vezes, me incomode.
O frio da indiferença.
Mas ando, e não olho para trás.
Seria absurdo de a minha parte fazê-lo.
Penso que seria uma intrusa.
O que lhe pertence não o quero.
Fica parecendo que o desejo.
E quando isso se dá, atormento-me.
O que me prende é o mesmo que me encarcera.
Por isso ignoro a vida que não seja a minha.
Odeio ser o que querem que eu seja.
Sinto bem em ser eu mesma.
Sem rótulos, imagens, distorções...
A margarida é minha flor predileta.
É tão simples, que não tem antologia.
Minha opção é viver minha certeza é buscar, e meu destino é me tornar.
Por isso não tenho dobras.
Amo não por amor, ou por amar.
Mais por sentir o ser em seu olhar.
O que se torna obscuro pra mim num dia,
No outro fica transparente.
Minha maneira cordata de ser, imobiliza o tempestuoso em meu caminho.
Nada espero daquele que caminha lado a lado em minha jornada.
Nem eu e muito menos ele, temos do que doar.
Certa vez, busquei conselhos.
Esqueci de me consultar.
Foi tão forte o bloqueio, que cai sem levantar.
Sinto-me mais feminina, quando o vento sopra meus cabelos.
Meus pés tocam o chão.
E me olho num espelho.
Quando me apaixono, não fico iludida.
Mas me emociono me divirto.
Jamais garanto a mesma frase num só dia.
Seja por falta de persistência, ou mesmo a mentira.
Mas de uma coisa tenho certeza ignoro a vida que não seja a minha.
Por Clemilza Maria Neves de Oliveira