Aborto, todos sabem
O senador Pedro Taques (PDT-MT), Presidente da Subcomissão de Segurança Pública do Senado Federal é autor do requerimento que originou a Comissão da Reforma do Código Penal.
O trabalho da comissão de juristas para a Reforma do Código Penal, presidida pelo ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que vai até o próximo mês, mas será apenas o início da discussão no Congresso, já estão incluídas outras maneiras que pretende descriminar o aborto, em que, sendo a vontade da mulher optando por alguma delas, não será considerado crime.
O atual artigo 128 do Código Penal, que começa com as palavras “não se pune” começaria por “não constitui crime”. O crime do aborto estaria excluído em diversas hipóteses, entre as quais risco à saúde e não só à vida da gestante, gravidez resultante de estupro, má-formação do bebê (anencefalia e outras) e também incapacidade psicológica de a gestante arcar com a maternidade.
De modo que, na fala do ministro Ricardo Lewandowski, que no STF votou contra a descriminalização do aborto de anencéfalos, sabedor sobre outras propostas da comissão que pretende descriminar o aborto, que estão incluídas na Reforma do Código Penal, considero que foi oportunista quando justificou o seu voto, dizendo: "Diante dos distintos aspectos que essa patologia pode apresentar, aceitar a descriminalização abriria as portas para outro tipo de aborto", já acampada por alguns cidadãos.
A comissão instituída pelo Senado para elaboração do anteprojeto, o evento é uma oportunidade de mostrar as inovações e mudanças propostas e ouvir a população sobre os crimes contra a vida: homicídio, eutanásia, ortotanásia, suicídio, infanticídio, aborto.
Interessante observar que, em quase todas as cidades deste Brasil, há clínicas de alto padrão, parteiras, enfermeiras e médicos carniceiros que realizam o aborto. E é sabido e de conhecimentos de todos: juizes, promotores da justiça, polícias-delegados e investigadores, meios de comunicação e principalmente, os religiosos de todas as espécies, todos sabem. Sabem e ninguém denuncia. Só aparecem quando há holofotes, como no recente caso de anencefalia e nas duas indicações legais no abortamento previsto em lei, que é o estupro e o risco de vida, em que os religiosos também foram e são contra.
Oportuno lembrar daquela inocente criança de 9 anos que residia no município de Alagoinha-(PE) e que foi brutalmente violentada por seu padrasto (que confessou que abusava da garota) resultando em uma gravidez gemelar de alto risco?
No caso, as duas hipóteses do aborto previsto em lei se somam. Uma menina de 9 anos, fisicamente ainda mal formada, carregando no útero dois fetos, corria graves riscos de vida, bem como os fetos, sendo, segundo os médicos, aconselhável a interrupção da gravidez para salvaguarda da gestante.
Diante dos oportunistas holofotes, apareceu o arcebispo de Olinda, Dom José Cardoso Sobrinho, que sentenciou a inocente menina a morte, dizendo que o aborto era um crime maior que o estupro e que não era lícito para salvar uma vida eliminar a vida de dois inocentes.
(...Poder-se-ia argumentar, como o fazem certos setores da Igreja, que é de exigir o sacrifício da vida da mãe para preservar o feto. Há que se ponderar, contudo, que no sopesamento de bens, a vida da gestante vale mais do que a do bebê em gestação. Se o feto tem vida, vida que se revela a partir da fecundação, no entanto, ainda não se apresentou ao mundo como pessoa reconhecível, como objeto particular de estima no seu modo de ser, no olhar, no sorriso, sem possuir a importância afetiva e social de alguém que é filha, esposa, namorada, amiga, conhecida, tal como sucede com a gestante.
Imolar a gestante em perigo de vida para que morra em favor do feto é desconhecer que restam sem aquela mulher eventuais outros filhos ou o companheiro e a própria sociedade na qual é vista como pessoa digna de sobreviver em benefício dos que lhe são próximos e de todos. ... _Miguel Reale Júnior, Advogado e ex-ministro da Justiça)
Assim que soube que o aborto havia sido realizado, a reação do arcebispo foi imediata, excomungou a mãe, os médicos e outros envolvidos no aborto sofrido pela menina de 9 anos. De uma frieza impressionante, queria o arcebispo submeter a inocente criança de 9 anos ao sofrimento e até a pagar com a própria vida.
É de muito cinismo-sinistro. Acha o arcebispo que a lei de Deus está acima de qualquer lei humana e quando uma lei humana promulgada pelos legisladores humanos, é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor. As tais leis que crê o arcebispo, promulgada nos primórdios dos tempos por uns caras espertos que apareceram e diziam que falavam e tratavam com os deuses, e esses caras inventaram uma forma de poder, os Deuses escolhiam e davam a tais homens a sua palavra, e um montão de leis e o poder para que fosse o chefe de todo seu grupo. E esse velhaco privilégio passava de pai a filho. Em dado momento, apareceram outros velhacos dos: “crescei e multiplicai-vos”, pois para que pudessem viver em palácios, deveriam existir milhões de escravos, trabalhando para ter direito ao pão, à água e à procriação, engendrando muitos futuros escravos. Templos, túmulos monumentais e palácios, sempre exigiram multidões de escravos para serem construídos e mantidos.
É muito hipocrisia. Na geral vista grossa, é sabido que a prática do aborto é a 2ª causa de morte materna e ninguém enxerga ao que é muito bem "sabido" também, que em quase todas as cidades, em clínica de alto padrão financeiro ou em quarto de pensão, a prática do aborto é realizada. E, ninguém denuncia.
O que de mais decente, seria que realmente houvesse a punição de todos os envolvidos em caso de aborto não previsto em lei, ou então, libera geral.
Essa prática da vista grossa considero como das mais sujas e desonesta que há na sociedade.
enfim...
Há tantas mulheres com problemas para engravidar, recorrendo a tratamentos caríssimos e outras mulheres, já está virando prática rotineira, jogam os recém-nascidos no lixo, nos rios ou em qualquer lugar, simplesmente descartam suas crias como se fossem lixo. Outras, tem uma baciada de filhos de homens diferentes, e aí um desses caras morando junto com a mãe, geralmente, violenta os filhos.
Realmente!
Realidade Brasil