1- Se estivéssemos no meio de uma guerra, que lado defenderíamos?
Naturalmente seríamos defensores do nosso lado, independente daquele que nos levou a tal guerra ter razão ou não para guerrear.
Antes de continuar, peço licença para destacar os “senhores da guerra” do passado. Eles a provocavam, a promoviam, mas eles também a defendiam tomando a frente na batalha empreendida.
Dá gosto ver os generais retratados nos filmes épicos brigando junto com os seus soldados no campo de luta.
Hoje quem promove as guerras modernas normalmente são líderes ambiciosos bastante covardes.
Mas, voltando ao tema deste artigo, verifico que, defendendo uma idéia, uma preferência, uma doutrina, enfim, ressaltando algo ou alguém, normalmente esquecemos completamente do outro lado.
Analisemos isso bem!
2- Hoje somos ouvintes das informações globais, repetidas pelas outras emissoras, que, na verdade, refletem as opiniões da BBC de Londres e da ABC mais CNN dos EUA, retratando exatamente a visão ocidental da notícia.
Porém, se estivéssemos do outro lado, o que pensaríamos?
Imaginemos um cidadão iraquiano, morador de Bagdá, que sobreviveu ao massacre recente que o seu país, um dos grandes berços culturais da civilização moderna, sofreu.
Como sentir o que essa pessoa sentiu?
Quem escutou a sua voz?
Ele achou justo ou injusto observar sua cidade destruída em função de um pretexto o qual se descobriu depois ser falso?
Será que ele soube bem dos motivos que suscitaram o que forçosamente experimentou?
As nossas televisões certamente não falaram pensando nele, pois elas defendem o lado de cá.
O que as televisões dó outro lado disseram não interessa aos “nossos” canais.
É possível notar, realizando uma melhor reflexão, como estamos o tempo todo fazendo sobressair somente o lado que nos interessa defender.
3- Sou um dos inúmeros apaixonados pela série 24 Horas.
Na temporada seis, houve uma invasão à unidade de combate aos ataques terroristas.
Um dos personagens principais morre se fazendo passar por diretor, pois quis defender a verdadeira diretora, sua grande paixão.
Quando tudo está terminado, um agente pergunta a Jack Bauer se houve baixas. O herói responde que houve uma apontando para o rapaz morto no chão.
Acontece, entretanto, que vários guardas morreram durante a invasão. Eles também não foram vítimas fatais?
Claro que sim, mas o fato desses guardas só aparecerem na hora em que estavam sendo baleados ressalta que são pessoas menores as quais não mereceram o destaque de Bauer nem nosso já que, na emoção da cena, apenas lamentamos o mocinho caído no chão, esquecendo completamente dos outros que morreram..
Isso tudo acontece por apenas estarmos vendo um lado, aquele o qual nos interessa.
4- Nessa semana que se encerrou, Luiz Felipe Pondé destacou que a saída do povo hebreu do Egito, a Páscoa dos hebreus, foi marcada por muitas mortes dos primogênitos egípcios. Todos as casas que não tinham uma específica marca, combinada entre os hebreus e Jeová, sofreram a ação do anjo da morte.
Ele ressalta, então, que há uma celebração sobre uma libertação em paralelo a mortes das quais ninguém lembra.
Por quê?
Eu respondo que isso ocorre por apenas observarmos um lado, o dos hebreus libertados.
5- A cena do personagem Leo, na novela Insensato Coração, na qual ele simula sua própria morte foi destacada pela crítica como uma cena célebre e memorável.
No fim dessa cena, ele sai dançando ao som da música “Satisfaction", dos Rollings Stones.
Para quem não recorda os detalhes, ele se inscreve num curso de paraquedismo, depois, em plena aula com um instrutor num helicóptero, mata esse instrutor e se joga antes que o helicóptero despenque abaixo.
Depois vem a cena tão badalada.
O personagem, nesse caso, simplesmente sacrificou uma vida objetivando o interesse de simular sua morte.
Quem admirou a cena, realmente não lastimou a crueldade sofrida pelo instrutor.
Por quê?
O lado desse personagem não interessa.
Apenas chamou a atenção as atitudes do vilão.
6- Sem querer complicar ou ser chato, eu gostaria de citar uma cena de novela a qual creio merecer um real destaque, pois serve como exemplo, serve como reflexão, serve como uma alternativa para um mundo tão egoísta e mesquinho.
Vamos lá!
Pretendo recordar a bela novela A Vida da Gente, que ficou menos bela quando a autora valorizou tanto o rancor da personagem Manuela durante boa parte da trama (acho que a mágoa excessiva da personagem maculou um pouco a mensagem da novela e destoou do perfil inicial dela).
No último capítulo, o personagem Gabriel, interpretado por Eriberto Leão, está almoçando com Manuela.
Ele elogia a comida dela e diz que sentirá falta disso.
Depois explica que a está liberando para ela viver o que o coração dela realmente deseja.
Ela termina com o personagem Rodrigo (esse com um perfil coerente desde o início até o fim da novela).
Pois bem! Nesse caso, temos uma cena a qual resolve os tormentos passionais do mundo moderno, a qual, se seguida à risca, evitaria muito sofrimentos amorosos e valorizaria o mais importante, o gostar.
A atitude do personagem, tão difícil de ser vista nos nossos dias, ressalta o quê?
Exatamente a necessidade da gente pensar no outro lado.
Adianta ter a pessoa ao lado infeliz e pensando noutra pessoa?
Vale a pena viver com alguém assim apenas para satisfazer ao desejo doentio de ter um amor ao lado?
Isso é amor ou seria posse?
7- Claro que, vivenciando uma guerra, não é possível pensar no outro lado já que, se isso acontecer, sucumbiremos.
Nessa situação, já vale bastante não ser cruel nem desumano com o adversário.
Na vida denominada pacífica, entretanto, pensar no outro lado, enxergar o outro lado, verificar os fatos em si e não o que somente está sendo dito, não ficar de forma parcial defendendo os amigos, é válido, oportuno demais e merece nossa atenção.
Dessa forma, entre outras coisas, estaremos evitando o radicalismo e a intolerância que tantos males causam à humanidade.
Eis a minha opinião.
Obrigado!
Naturalmente seríamos defensores do nosso lado, independente daquele que nos levou a tal guerra ter razão ou não para guerrear.
Antes de continuar, peço licença para destacar os “senhores da guerra” do passado. Eles a provocavam, a promoviam, mas eles também a defendiam tomando a frente na batalha empreendida.
Dá gosto ver os generais retratados nos filmes épicos brigando junto com os seus soldados no campo de luta.
Hoje quem promove as guerras modernas normalmente são líderes ambiciosos bastante covardes.
Mas, voltando ao tema deste artigo, verifico que, defendendo uma idéia, uma preferência, uma doutrina, enfim, ressaltando algo ou alguém, normalmente esquecemos completamente do outro lado.
Analisemos isso bem!
2- Hoje somos ouvintes das informações globais, repetidas pelas outras emissoras, que, na verdade, refletem as opiniões da BBC de Londres e da ABC mais CNN dos EUA, retratando exatamente a visão ocidental da notícia.
Porém, se estivéssemos do outro lado, o que pensaríamos?
Imaginemos um cidadão iraquiano, morador de Bagdá, que sobreviveu ao massacre recente que o seu país, um dos grandes berços culturais da civilização moderna, sofreu.
Como sentir o que essa pessoa sentiu?
Quem escutou a sua voz?
Ele achou justo ou injusto observar sua cidade destruída em função de um pretexto o qual se descobriu depois ser falso?
Será que ele soube bem dos motivos que suscitaram o que forçosamente experimentou?
As nossas televisões certamente não falaram pensando nele, pois elas defendem o lado de cá.
O que as televisões dó outro lado disseram não interessa aos “nossos” canais.
É possível notar, realizando uma melhor reflexão, como estamos o tempo todo fazendo sobressair somente o lado que nos interessa defender.
3- Sou um dos inúmeros apaixonados pela série 24 Horas.
Na temporada seis, houve uma invasão à unidade de combate aos ataques terroristas.
Um dos personagens principais morre se fazendo passar por diretor, pois quis defender a verdadeira diretora, sua grande paixão.
Quando tudo está terminado, um agente pergunta a Jack Bauer se houve baixas. O herói responde que houve uma apontando para o rapaz morto no chão.
Acontece, entretanto, que vários guardas morreram durante a invasão. Eles também não foram vítimas fatais?
Claro que sim, mas o fato desses guardas só aparecerem na hora em que estavam sendo baleados ressalta que são pessoas menores as quais não mereceram o destaque de Bauer nem nosso já que, na emoção da cena, apenas lamentamos o mocinho caído no chão, esquecendo completamente dos outros que morreram..
Isso tudo acontece por apenas estarmos vendo um lado, aquele o qual nos interessa.
4- Nessa semana que se encerrou, Luiz Felipe Pondé destacou que a saída do povo hebreu do Egito, a Páscoa dos hebreus, foi marcada por muitas mortes dos primogênitos egípcios. Todos as casas que não tinham uma específica marca, combinada entre os hebreus e Jeová, sofreram a ação do anjo da morte.
Ele ressalta, então, que há uma celebração sobre uma libertação em paralelo a mortes das quais ninguém lembra.
Por quê?
Eu respondo que isso ocorre por apenas observarmos um lado, o dos hebreus libertados.
5- A cena do personagem Leo, na novela Insensato Coração, na qual ele simula sua própria morte foi destacada pela crítica como uma cena célebre e memorável.
No fim dessa cena, ele sai dançando ao som da música “Satisfaction", dos Rollings Stones.
Para quem não recorda os detalhes, ele se inscreve num curso de paraquedismo, depois, em plena aula com um instrutor num helicóptero, mata esse instrutor e se joga antes que o helicóptero despenque abaixo.
Depois vem a cena tão badalada.
O personagem, nesse caso, simplesmente sacrificou uma vida objetivando o interesse de simular sua morte.
Quem admirou a cena, realmente não lastimou a crueldade sofrida pelo instrutor.
Por quê?
O lado desse personagem não interessa.
Apenas chamou a atenção as atitudes do vilão.
6- Sem querer complicar ou ser chato, eu gostaria de citar uma cena de novela a qual creio merecer um real destaque, pois serve como exemplo, serve como reflexão, serve como uma alternativa para um mundo tão egoísta e mesquinho.
Vamos lá!
Pretendo recordar a bela novela A Vida da Gente, que ficou menos bela quando a autora valorizou tanto o rancor da personagem Manuela durante boa parte da trama (acho que a mágoa excessiva da personagem maculou um pouco a mensagem da novela e destoou do perfil inicial dela).
No último capítulo, o personagem Gabriel, interpretado por Eriberto Leão, está almoçando com Manuela.
Ele elogia a comida dela e diz que sentirá falta disso.
Depois explica que a está liberando para ela viver o que o coração dela realmente deseja.
Ela termina com o personagem Rodrigo (esse com um perfil coerente desde o início até o fim da novela).
Pois bem! Nesse caso, temos uma cena a qual resolve os tormentos passionais do mundo moderno, a qual, se seguida à risca, evitaria muito sofrimentos amorosos e valorizaria o mais importante, o gostar.
A atitude do personagem, tão difícil de ser vista nos nossos dias, ressalta o quê?
Exatamente a necessidade da gente pensar no outro lado.
Adianta ter a pessoa ao lado infeliz e pensando noutra pessoa?
Vale a pena viver com alguém assim apenas para satisfazer ao desejo doentio de ter um amor ao lado?
Isso é amor ou seria posse?
7- Claro que, vivenciando uma guerra, não é possível pensar no outro lado já que, se isso acontecer, sucumbiremos.
Nessa situação, já vale bastante não ser cruel nem desumano com o adversário.
Na vida denominada pacífica, entretanto, pensar no outro lado, enxergar o outro lado, verificar os fatos em si e não o que somente está sendo dito, não ficar de forma parcial defendendo os amigos, é válido, oportuno demais e merece nossa atenção.
Dessa forma, entre outras coisas, estaremos evitando o radicalismo e a intolerância que tantos males causam à humanidade.
Eis a minha opinião.
Obrigado!