QUANDO MORREU JESUS CRISTO?
A contagem dos anos ao longo de toda história sempre causou controvérsia, brigas e muitas discussões acerca do tema; ninguém conseguia se entender quanto à contagem exata dos anos e isso causava certo desconforto quando precisavam datar fatos históricos contados a partir de povos distantes; chineses, babilônios, romanos, mulçumanos, cristãos, dentre tantos povos, datavam os anos de forma pessoal e pretensiosa; ninguém queria deixar suas tradições serem invadidas por aspectos estrangeiros e desta forma, podemos afirmar que numa mesma época, o ano 100 poderia ser o ano 1000 em outra parte do planeta.
Muito depois da morte de Jesus Cristo é que os calendários feitos pelos homens começaram a se moldar até chegar à data atual, unificando em grande parte das nações uma única data para orientação e perpetuação da própria história; isso ocorreu de fato com o advento do nascimento e morte de Jesus, o carpinteiro Galileu de Nazaré, que mesmo não sendo o Messias para a maioria dos povos, teve sua influência pessoal marcada por toda a Terra por meio da Igreja Cristã.
A data de nascimento e morte de Jesus ainda é um mistério, ninguém chegou a uma conclusão exata destas datas; simbolicamente ou não, o mês de dezembro acabou permanecendo como sendo o último do ciclo anual e a data de 24 de dezembro do Ano I, como sendo a de nascimento do menino Jesus, o que se conclui automaticamente que, se ele morreu no ano que completaria 34 anos, ele morreu no Ano 34 DC. Apenas por esclarecimento, não houve o Ano Zero.
Seguindo a mesma linha histórica e cronológica, nesta época, Páscoa para os que acreditam pelo menos no Velho Testamento, Jesus Cristo completa 1979 anos de falecido; e mais próximo do final do ano, ele completará 2011 anos desde o seu nascimento.
Fato ou mito a vida e morte de Jesus Cristo é e continuará sendo, um dos maiores enigmas de todos os tempos, aliás, sem margem para erros, este fato é mais estudado, inclusive, do que a própria geração do mundo. Cientistas, antropologistas, arqueólogos e religiosos travam uma verdadeira batalha para provarem suas teses, sejam elas quais forem. Em alguns pode causar espanto, em outros a dúvida e em muitos a esperança, rancor e ódio; por mais que o mundo tenha atribuído a imagem de Cristo como a imagem da Paz, povos alheios a esta concepção insistem em afirmar e provar o contrário.
Quando Cristo mantinha-se vivo, na forma carnal, era uma pessoa comum, um judeu de família judia que vivia nos arredores do que hoje é Israel, Palestina e Líbano; o pouco que ainda se afirma ser verídico sobre aquele moço, está escrito nos evangelhos de alguns poucos seguidores de sua ideologia de pregação. A região onde ele viveu era dominada fortemente pelo Império Romano e como tal, os costumes e a sociabilidade do povo não lhes permitia cultivar outros deuses senão os impostos por Roma ou o pregado pelos Judeus, portanto, Jesus Cristo viveu no meio de crentes fanáticos, gente de sua própria estirpe e entre a força bruta dos que acreditavam numa espécie de santidade dos Césares; aquele que ele pregava como sendo seu pai espiritual e biológico (se é que se pode explicar), pela sua própria concepção, era diferente de tudo já visto e pregado pelas bandas de sua passagem na terra.
No período de 100 anos entre seu nascimento e morte, ninguém teve a ideia de guardar fatos e provas de muitas de suas passagens extraordinárias, como os relatos dos milagres, localização exata de seu túmulo, de sua casa, dentre outras circunstâncias importantes para a elucidação da história. Até sobre a sua profissão pairam suspeitas agudas, segundo os mais experimentados historiadores; ninguém jamais afirmou que Jesus e seu pai por adoção, José, eram de fato manufaturadores de madeiras; muitos afirmam e tentam provar que ambos eram pedreiros, profissão briosa e altamente requisitada para a época; e é justamente sobre este pilar que se baseia um dos grandes e perpétuos segredos, de algumas ordens filosóficas e fraternais existentes até hoje.
Poucos escribas importantes daquela época trataram de eternizar em documentos que durassem para sempre, os relatos daquele moço que afirmava ser o filho unigênito de Deus; poucas pessoas o descreveram de forma plástica e nenhum se ousou a datar seus feitos de modo histórico. Conta à história que Jesus Cristo ficou apagado até data próxima de sua morte; morte esta que só ocorreu para sucumbir os boatos de rebelião popular. Não havia espaço para mais Reis e Jesus se titulava majestade; para os romanos, um louco, para os Judeus, uma ameaça e para o povo pobre e humilhado, uma esperança.
Na década de 80, dois dos maiores nomes da arqueologia mundial, a serviço da notória e aclamada National Geographic Society, descobriram no subúrbio de Jerusalém, ossuários que continham inscrições nada convencionais; algumas das caixas de ossos que foram descobertas tinham gravadas inscrições de época que os fizeram acreditar que se tratavam do túmulo de Jesus Cristo e de sua família, irmãos, esposa e um filho; tal acontecimento quase abalou os pilares do Vaticano, que são sustentados até hoje pela força e crença inabalável de que Cristo morreu e ressuscitou sem deixar corpo, ou seja, ele levantou-se do túmulo e foi para o céu com todo seu corpo, fato jamais relatado com tamanha veemência em atribuição a outra pessoa e é isso que faz de Jesus um ser único, um santo, um Deus que se materializou.
Se de fato os achados de Jerusalém fossem verdade, o cristianismo sobreviveria com inverdades e sob alegações de milhares de anos de enganações, com mortes ferozmente lançadas sobre povos que não acreditaram nisso ao longo da história. Há pouco tempo atrás, quem sustentasse algum tipo de tese contraria aos dogmas católicos era tido como impuro e teria no mínimo uma prisão perpétua.
Em torno de Jesus, seus enigmas, sua vida, morte e seus preceitos é que milhares de religiões foram fundadas, milhares de pessoas dedicaram suas vidas para seguir aquele que prometeu salvá-los do inferno há cerca de 2 mil anos. As pessoas fecham os olhos e enxerga a imagem de Deus na semelhança dos quadros e pinturas modernas de um Jesus Cristo belo, de barbas bem cuidadas, cabelos longos e encaracolados, esguio e um belo par de olhos azuis. O Cristo temido e adorado por cerca de 1/3 da população da Terra é caucasiano, bondoso e atende a todos os pedidos de seus “filhos”. Criaram-se oportunamente pelos fundadores de sua religião, que ninguém consegue ir ao “Pai”, o Deus maior, sem antes solicitar o seu entrecorte.
Muito embora não tenha havido nenhuma imagem de época atribuída a Jesus, salvo o contestado e comentado Santo Sudário que está exposto em Turim na Itália, as primeiras imagens deste Jesus que conhecemos até hoje são frutos dos pintores renascentistas a serviço do Clero e neste caso era impossível que eles pintassem a face de Jesus com apologia ao negro, indígena ou asiático de olhos puxados; Jesus Cristo teria que sair bem na foto para impressionar a quem o visse nos afrescos dos templos modernos.
Negar a existência de Jesus é, no meu ponto de vista, uma das maiores ignorâncias modernas; o cético pleno chega a ser analfabeto, pois Jesus Cristo existiu e isso é incontestável; datar seu nascimento e morte, provar seus milagres e sua genética divina, isso é outra história; um tipo de comentário que não costumo expor!
Eu tenho absoluto respeito à história e as crenças dos povos; respeito o católico, o protestante, o judeu, o budista, o mulçumano, o espírita e o umbandista, enfim; respeito todos aqueles que enxergam numa divindade a oportunidade da remissão da iniquidade e o elo para uma vida saudável, sem a atribuição ao feitio do mal, como forma de sobrevivência; respeito e exijo respeito de minhas teses e conclusões, por isso é que me concedo escrever e publicar temas como este, que tocam profundamente nas feridas e raízes de todos.
Acredito, antes de tudo, na existência de uma força maior, uma força extraordinária que deu a vida a tudo que é vivo e que os mantêm até hoje; acredito que da existência desta força sobrenatural tenham nascido seres iluminados; pessoas que dedicaram sua vida e às vezes a deram em nome do bem; alguns destes iluminados e extraordinários homens se destacaram e deixaram suas marcas na profundidade plena de cada pensamento; iluminados que mesmo sendo contestado por tantos, conseguem dos incrédulos no mínimo a atenção e a reflexão.
Poucos foram as pessoas que se destacaram; menos ainda os que conseguiram fazer, participar e deixar a sua história; mais raro ainda aqueles que conseguiram seguidores, interessados ou não numa forma bastarda e tirana de poder; estes iluminados seres humanos que conseguiram reunir multidões a cerca de suas palavras merecem minha consideração, mas imaginar que eles são exclusivos é como crer que somos os únicos no Universo.
Deus, na forma de força maior, um dia deixou os ensinamentos primordiais para a harmonia dos povos, estes ensinamentos somaram dez doutrinas; se cada um de nós conseguisse atribuir ao menos dois destes dez mandamentos, eu disse ao menos dois, de forma concreta e veemente, já teríamos uma base sólida na busca da perfeição humana.
O grande problema atual não é acreditar na santidade de Jesus, ou na perfeição dogmática de Maomé, na doutrina irretorquível de Buda ou nos preceitos de Deus; o grande problema da atualidade é que enxergamos milhares de falsos pastores que fazem os acéfalos acreditarem na salvação através de barbáries sociais, do preconceito e exclusão; os mesmos pastores de almas que ensinam a desgraça e amedrontam os derrotados espirituais; o problema está nos criadores de santos e nos que se dizem aniquiladores de demônios, estes são os causadores da discórdia e os sustentadores da burrice; e é deles que eu tenho aversão absoluta.
Em épocas em que se atribui a morte do homem mais famoso do mundo, basta tentar enxergá-lo como exemplo; o exemplo daquilo que dizem ter sido ele atribuído; se passássemos a enxergar Jesus Cristo como um iluminado e tentarmos fazer ao menos uma boa ação por dia, como forma cristã de ser, o mundo teria, pelo menos, outra trajetória social.
É fato que temos, cada um temos “Deus intenso” dentro de nós mesmos; isso significa que somos capazes de fazer, manter e mudar a nossa e a história de muitos de nós; basta focarmos e concentramos nossas forças neste sentido, na direção do bem. Precisamos cada vez mais esquecer as profilaxias da igreja e plantarmos mais e mais os padrões da fraternidade, da equidade e livre-arbítrio entre os povos.
A data e o calendário como conhecemos, somente foi implantado em 24 de fevereiro de 1582 pelo Papa Gregório XIII; antes disso era uma bagunça generalizada entre o calendário romano, o Juliano e tantos outros que existiram. Dizer que Jesus Cristo morreu no ano X ou no ano Y, de nada adianta para os que se nutrem de fé; mas é de grande valia para que os explicam a história!
Com os Sentimentos de Serenidade Intensa,
Carlos Henrique Mascarenhas Pires é autor do blog Crônicas do Imperador – WWW.irregular.com.br