VIVER É FÁCIL, SABER VIVER É QUE É DIFÍCIL
Eis mais uma máxima waldemarniana, não que seja de sua autoria, acredito que não seja, na verdade não sei, mas que ele sempre dizia isto, com certeza dizia e repetia, incansavelmente.
É a mais pura e cristalina das verdades. Complicamos por demais as coisas. Não valorizamos o que possuímos e partimos em busca do que não temos e que talvez nunca venhamos a ter, com intenso desejo, com intensa voracidade, buscamos freneticamente, por tudo. Do material ao emocional, simplesmente tudo.
E assim não vislumbramos e não agradecemos pelo que já é nosso, não só o material, mas principalmente o emocional, o espiritual, o que não é palpável, o que não é visto, o que não é facilmente identificado, mas que deveria ser sentido, por nós ou pelos outros, e assim, não valorizamos nossos sentimentos e nossos bens emocionais e espirituais, nossas amizades, nossos amores, até mesmo nossas dores. Simplesmente não os valorizamos, pois estão sempre ali, perto, bem mais perto do que podemos sentir e perceber, e por isso não se dá o devido valor e reconhecimento.
Daí partimos na busca de outras satisfações, a tentar preencher o que pensamos vazio, e encontraremos sim, uma vez que quem procura com certeza acha, mais cedo ou mais tarde, vamos encontrar outros amores, mas atrelados a outras dores e a outros valores, que certamente não nos completarão, que no mais das vezes nos premiarão com mais dores do que amores, mais dissabores do que sabores, mais ônus do que bônus, mais fel do que mel, muita desilusão, e no final uma grande insatisfação e uma terrível sensação de derrota, de perda, de não ser, de não ter.
Até por existir outra máxima waldemarniana, quem sabe em conjunto com uma outra máxima, esta luiziana, de que coisa oferecida não tem preço, ou seja, quando buscamos em outros algo de cunho emocional de alguma maneira nos oferecemos ( não acredito que cheguemos a nos dar, isto seria no sentido material, pois damos coisas, mas oferecemos sentimentos, emoções, apoio pessoal, espiritual) , e aí neste mercado de tão grandes sutilezas corremos o risco de não sermos devidamente valorizados, não com preços acima dos de mercado, mas esperaríamos no mínimo o preço justo, mas sempre recebemos um preço muito baixo, mas muito abaixo do que realmente valemos, e aí neste ponto, se chegarmos a aceitar tal preço estaremos nos depreciando, autodesvalorizando, nos rebaixando, descemos a patamares inferiores de qualidade de vida, repito, no plano emocional, sentimental e espiritual, e creio que isto se aplica pelo fato de levarmos para estes (emocional, sentimental, espiritual) a lógica do mercado das coisas, dos produtos, do material, do inanimado, do puramente sólido materialismo de coisas, quando se trata de outro mercado, mercado de gente, de pessoas, de valores, de sentimentos humanos...
Não se trata de uma questão estúpida de Economia estúpida , apenas utilizamos a Economia estúpida para fins de comparação.
Pensemos nisto!