Chico não foi totalmente genial...

A morte de Chico Anysio ocorrida no dia 23 de marco de 2012, muito noticiada, causou pesar aos brasileiros, acostumados que estávamos com a sua brilhante atuação em várias esferas da Arte, especialmente no humor. Provocou também algumas reflexões a respeito de sua trajetória de vida, e uma que me ocorre é sobre a maneira como ele cuidou de si, ou não cuidou, sendo dominado pelo vício do cigarro, prejudicando a saúde, fator determinante para sua morte.

Por que um homem sábio, o quanto foi Chico Anísio, não conseguiu ser o suficiente, para conseguir dominar determinados vícios. Ele foi inteligente, magistral mesmo. Na profissão, no convívio familiar, na criatividade, sendo ator genial, como artista plástico, no trato com as mulheres, clientes, filhos, amigos e familiares e fãs. Porém omisso no trato com a saúde, deixando uma simples nicotina levá-lo a morte, com 80 anos, precocemente. Precoce porque ele não dependia do SUS para sobreviver, e não soube utilizar, em causa própria, os recursos que obteve durante toda vida, com seus honrados esforços.

Precoce no sentido de que, se ele não fumasse, poderia chegar vivo a idade de Niemayer, D. Canô, (famosos que me ocorrem). Não que outra causa, que não o cigarro, não poderia lhe acontecer, mas me refiro, novamente, a falta de zelo com sua saúde, consigo próprio.. São poucas pessoas que atingem 90, ou 100 anos. Porém talentos iguais ao de Chico Anysio, (e Niemeyer), quanto mais tempo viverem entre nós mais contribuição trarão, deixando para morrerem cedo os Hitler, (e seus seguidores), os Mussolini, juntos a alguns representantes nacionais, de não bons exemplos. Que os bons vençam sempre as adversividades...Estamos carentes de personalidades com com boas edificações.

Constato que faltou a Chico Anysio, genialidade, no trato consigo mesmo. Atendeu a todos sabiamente, mas não cuidou do Chico individuo. Talvez ele pensasse que melhor seria viver intensamente, do que ficar adiando a morte. Então ele não foi suficientemente gênio, para descobrir que, pode-se viver intensamente sem consumir cigarros e equivalentes, ou outros agentes nocivos à saúde, se exercitando, dançando, cantando, praticando esporte.Não profissionalmente, mas prazerosamente, para a saúde mental e corporal. Conheço pessoas, bem próximas, que conseguiu deixar o cigarro, praticando esportes ou freqüentando academia de ginástica, depois de certa idade.

Ele se foi, deixando-nos como presente um rosário de personagens e criatividades, fazendo com que nunca desapareça de nossa vida. Mais uma vez constato que ele não cuidou de si mas de todos que lhe rodeiam, do país inteiro, para que nunca sua imagem (literalmente) sumisse de nossos sentidos. E não sumirá. Quantas vezes ainda iremos rir de suas piadas...Ele é tão intenso que não consigo vê-lo como alguém que se foi. Basta ligar o Canal Viva de TV e ele está lá, nos divertindo, com a Escolinha do Professor Raimundo, entre outros programas.. Outra forma de vê-lo vivo, é através de seu talento, influenciando novos outros, fazendo com que sua “Escolinha” seja eterna. Foi ele que nos deixou e, frente a sua genialidade repito que precocemente. Nós jamais o deixaremos, em virtude do riquíssimo acervo que nos deixou em sua trajetória de vida. Faltou ele incluir na sua sábia passagem pela vida, o amor para consigo mesmo.

Jô Ribeiro
Enviado por Jô Ribeiro em 27/03/2012
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