A SEXUALIDADE NA GRÉCIA ANTIGA

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Ou Entendendo Alexandre da Macedônia

Pinturasemvasos, inscrições, esculturas e ruínas arqueológicas descrevem o sexo e a vida na Grécia Antiga; mas suasinterpretaçõessão, comgrande frequência, distorcidas subjetivamentepelosescritoresatuais, para adequá-las às suasideologiaspolíticasoupessoais. Ninguém, por exemplo, lendo a descrição da partidaentre Heitor e a despedida de Andrômaca, na «Ilíada» de Homero, poderiadeixar de ver o amor e a admiração mútua. Em contrapartida, leiturasobjetivas das relíquias literárias de 700 a100 a.C., retratam o amor, o sexo e a vida na Grécia Antiga de uma formamenospoética, menosidílica e mais realista. Nessas relíquias podemos encontrarumquadrototalmentediferente; caracterizado, principalmente, pela suspeita e medo profundo do homem grego emrelação à mulher, sobretudo, pelos excessos, vistos como irracionais (luxúria incontrolável e podersexual).

Para o homem grego a escravização das mulheres ao desejosexual significava quesuarazão estava subordinada à sualuxúria. Enfatizava-se repetidamente a suaastúcia, malícia, artimanhas, poderracional e sualinguagem, que diziam seruminstrumento corrompido. Por isso, não é surpresaque Menendro (famosopoetagrego) desencorajasse a educação da mulher, uma vezque, paraele, "isso equivaleria a tornar uma cobramaisvenenosa".

Demócrito considerava uma coisa «terrível» uma mulherargumentar, porque "suamente é mais aguçada que a do homemempensamentos malignos". Entretanto, nemtodos tinham o ponto de vista de Menendro e Demócrito; cortesãs da altasociedadegrega, chamadas de «betera», eram mulheres poderosas, admiradas porsuasqualidadesintelectuais epor suas habilidadessexuais, sendo muitas vezes amigas de filósofos e artistas.

No teatro grego todos os atores eram homens que usavam máscaras para representar as mulheres, que não eram admitidas nem no elenco, nem na plateia. Representavam mulheres que na vida real sequer eram consideradas cidadãs.

A Lei de Atenas e As Mulheres

Aristóteles constantemente igualava o homem ao racional e ao controle; e a mulher ao irracional. Os homens, dizia, "sãofeitosparadominar as mulheres, assimcomo os homenslivres dominam os escravos e a razão domina o irracional. As mulheres comparadas aos homens são movidas a lágrimas, ciúmes, lamúria, violência, melancolia, menosesperança, vazios de vergonha, discursosinexatos e enganosos. A únicacoisa boa é queelas precisam de menoscomida".

A leiateniense invalidava umtestamento se fosse provado que o testador estava "sob a influência da loucura, da senilidade, de droga, de doençaou de uma mulher".

Sócrates, que costumava começar o dia, com uma prece agradecendo aos deusesporter nascido homem, mandou emborasuas mulheres, ao ingerir a cicuta, paraqueseusúltimosminutos na terra"não fossem preenchidos com as incômodas demonstraçõesemocionais".

Mulheres e Animalidade

Associações de mulherescom a animalidade diminuíam aindamaisseuprestígio. Porcaou leitoa (devido à fecundidade) eram as associações cômicas maispopularespara referir-se aos genitaisfemininos, sendo que:

a) Leitoa, normalmente indicava "aquelas partes sem pelos" de moças maisjovens.

b) Porca se referia aos genitais "relaxados" (maduros) de mulheresmais velhas.

Na comédia de Aristófanes, Acharnians, "Mégara" tentavendersuas filhas para o sexo anunciando-as como«leitoas do mistério» que irão «fazer os maisbelosleitões» parasacrificar a Afrodite.

O Ponto de vistaMédico

Escritoresmédicos da época atribuíam umgrandenúmero de distúrbiospsicológicos e fisiológicos a descarga inadequada do sangue menstrual Diziam que o sangue nas menstruações era uma "ameaça para a mente, atrapalhando a inteligência". Mais ainda: "quando a menstruação é retida e não pode fluirparafora da vagina, ela flui de voltapara o útero, paradentro do coração e da mente (localizada no peitosegundo os gregos), levando, dessa maneira, à insanidade ou causando tendências assassinas ousuicidas".

O "úteroerrante"era considerado uma enfermidade séria. De acordocom Hipócrates, "quando o úterodesejaprocriar e não pode conceber, ele fica comraiva e move-se portodo o corpo, bloqueando passagens de ar e causando todos os tipos de doenças, taiscomo: asfixia, torpor e espumação na boca. A curaeraatrair o útero de volta ao lugarcomsupositórios vaginais aromáticos (simbolizando a relaçãosexual)".

De acordocom o filósofo Diógenes de Apolônia (séc. V), "a fraquezamental da mulher está diretamenteligada aos fluídos". Acreditavam, os gregos, que os fluídos podiam "enevoarumespelho de metal, tirar o corte de uma lâmina de aço, o brilho do marfim, enferrujarbronze e ferro, destruir colmeias de abelhas e enlouquecer cachorros".

Epílogo

Você deve estar se perguntado: E o Alexandre, onde entra nessa? Pois bem devido a pouca importância dada à mulher, eram comuns os relacionamentos homossexuais na Grécia Antiga. Um homem mais velho, sábio e passivo, escolhia um jovem (ainda na puberdade) para educá-lo e iniciá-lo sexualmente, como também foi educado e iniciado Alexandre da Macedônia.®Sergio.

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Nota:Este texto foi elaborado com informações de: A History of Sexual Customs, Lewinsonhn R, Haper, Nova Iorque, 1958. A History of Eroticism, Brusendorff O, Hennigsen P,Lyle Stuart, Nova Iorque, 1965. Sex in Históry, Taylor Gr, Vanguard Press, Nova Iorque, 1954. Centaurus, Honório Silva MD, Sidney Glina MD, Nova Iorque, 2000.

Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquercomentário. Volte Sempre!

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Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 23/01/2007
Reeditado em 27/06/2011
Código do texto: T355930