Dia da Mulher

Em mensagem que recebí hoje, 8 de março, pelo Dia Intenacional da Mulher, chamou-me a atenção algumas referêcias utilizadas pelo mensageiro, do sexo masculino, naturalmente:

- Estás aflito? ela é consolo.

- Enfermo? a mulher é curativo.

- Mistérios da Divindade? procura comprender no coração da mulher.

Constatamos que as três afirmativas, estão impregnadas de uma visão masculina romântica, irreal, surrealista. Elas demonstram que ainda perdura a incomprensão masculina pela alma feminina nos dias atuais.

A cobrança das qualidades femininas acima, em pleno século 21, coloca uma responsabilidade quase santa na mulher, que inexiste. Depois de tantas lutas, quando consideramos ter alcançado o patamar da igualdade, com os mesmos direitos do homem, percebemos sua exigência de que devermos estar acima das virtudes masculinas. Consideram que temos poderes de Fada na convivência com o sexo oposto, servimos para ampará-los no dia a dia, ou no seu descanso, depois de um árduo dia de trabalho.

Ainda não perceberam que, lado a lado, a mulher moderna volta para casa também depois de um dia árduo de trabalho, com as mesmas necessidades, as mesmas angústias, buscando alento ou alguém com uma varinha de condão que resolvam seus trabalhos domésticos, ou a divisão das tarefas com o seu homem.

Ao contrário, o homem continua esperando, como na música de Chico Buarque, que elas "mirem-se no exemplo das mulheres de Atenas" e desenvolvam uma disposição supra, santa, para ampará-los, assim como aos filhos, contra os problemas que os acarretam.

Jô Ribeiro
Enviado por Jô Ribeiro em 14/03/2012
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