O Senhor dos Inícios

Mais do que mostrar a luta entre pai e filho, o mito de Crono também ilustra temas como envelhecimento, transformação, renovação, mudança e outros elementos relacionados ao tempo. Crono personificava o Senhor do Tempo, aquele que tudo devora. Além dos próprios filhos, devorava os seres e os destinos.

O tic-tac do relógio parece inofensivo diante do devorador Crono, mas o relógio é apenas uma de muitas convenções usadas para medir o tempo que percebemos no nascer do sol, na mudança da lua, na primavera e no nosso reflexo no espelho.

O tempo sempre foi estudado em todas as épocas e em várias áreas do conhecimento, nos mitos, na religião e na ciência. Presente, passado e futuro sempre foram questões abordadas nos aspectos cronológicos, existenciais, reais ou imaginários.

Passado e futuro são duas fases no ritmo de nossas vidas. O presente está entre o passado e o futuro, uma face que conhecemos, porque foi vivida e outra face que não conhecemos, com todas as suas possibilidades. Esses dois aspectos estão simbolizados nas faces de Janus, divindade romana de aparência bifronte.

Conta uma lenda que Janus um dia acolheu Crono, que agradeceu a gentileza concedendo a Janus o poder de ver o passado e o futuro. Crono era Saturno entre os romanos, que assimilaram os deuses gregos, mas Janus não tem nenhum correspondente grego.

Janus era adorado como o Senhor dos Inícios e protetor das Portas e Passagens. Na Antigüidade, muitas cidades tinham fortificações com portas que sempre precisavam de proteção. Janus era o protetor ideal, pois podia olhar para frente e para trás, para esquerda e para direita, interior e exterior...

Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online:

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Solange Firmino
Enviado por Solange Firmino em 20/01/2007
Código do texto: T353582