Ética e os compromissos
Por Sonia Jordão
Imagine a seguinte situação: duas pessoas agendam uma reunião de negócios. Contudo, uma delas falta ao compromisso sem nem ao menos remarcá-lo ou explicar-se com o outro. Este, por sua vez, fica extremamente irritado com a falta de compromisso do “faltoso”. O que acontece? Aquele que não cumpriu com o compromisso assumido fica desacreditado perante o outro e sua imagem fica eternamente manchada. O compromisso pode ser ir a um cinema ou simplesmente uma visita.
Quando assumimos um compromisso, principalmente aqueles com hora marcada, devemos fazer de tudo para honrá-lo. Caso isso não seja possível, o melhor é entrar em contato com o outro, antecipadamente, e marcarem um novo horário. Remarcar um compromisso não é um grande problema. Agora, faltá-lo sem nem ao menos avisar é uma total falta de respeito com a outra pessoa. Afinal, a pessoa deixou de fazer outras atividades para estar presente ao encontro, ela reservou uma parte de seu tempo para isso e, com a ausência do outro, com a não realização do encontro, perdeu minutos e/ou horas preciosas de seu tempo.
Além dessa situação existem outras que são comuns de acontecer:
• Chegar atrasado a encontros pessoais ou profissionais.
• Sempre adiar o mesmo compromisso para que ele demore a acontecer.
• Assumir tarefas sem ter condições de realizá-las.
• Atrasar a entrega de um produto ou serviço e não justificar com antecedência com o cliente.
• Marcar uma reunião para tratar determinado assunto e gastar o tempo com conversas que fogem da temática prevista.
As razões mais comuns para que as pessoas não cumpram com os seus compromissos, sejam eles de qual espécie for, são:
• Estarem tão acostumados com a rotina assumida que uma nova tarefa, por exemplo, certamente tumultuaria a ordem “natural” de suas vidas. Assim, acabam assumindo coisas que não possuem condições de realizar.
• Não compreenderem exatamente o compromisso assumido e, por vergonha, acabam se comprometendo com algo que não terá condições de fazer.
• O excesso de trabalho é um fator comprometedor. Há pessoas que acreditam ter a capacidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, isso não é problema. Contudo, é preciso conhecer o seu limite. Caso contrário, assume-se tarefa após tarefa e no final nenhuma foi concluída. Mas há, também, os casos do indivíduo que não sabe recusar um compromisso e daquele em que o chefe desconhece a quantidade de compromissos acumulados.
Tenha uma certeza: a falta de compromisso, na grande maioria das vezes, é empecilho para novas conquistas, causando a perda de oportunidades. Antes de assumir compromissos, pense a respeito e reflita se possui condições de realizá-los. Se perceber que não será possível executá-los, não os assuma. Caso tenha se encarregado de algo e depois percebeu que não será possível honrá-lo, dê satisfação aos envolvidos, procure agendar novamente o compromisso ou estabelecer um novo prazo para realizá-lo. Afinal, o que está em jogo é a sua palavra, a sua honra. E saiba que honrar com os compromissos assumidos também é ser ético. O contrário, é falta de respeito, é desrespeito com o direito do outro.
Sonia Jordão é especialista em liderança, palestrante, consultora empresarial e escritora. Autora do livro “A Arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”, e dos livros de bolso “E agora, Venceslau? – Como deixar de ser um líder explosivo” e “E agora, Lívia? – Desafios da liderança”.
Portal: www.soniajordao.com.br