AUTORIDADE SEM LIMITES
AUTORIDADE SEM LIMITES
Segundo o Jornal Diário Catarinense do dia 5 de outubro de 2006, uma fonte do Vaticano teria informado ao jornal The Times, de Londres, que o papa Bento XVI deveria abolir a idéia de limbo naquela semana.
O limbo seria o lugar onde ficariam as almas de crianças, bebês e fetos que morreram sem o batismo. A fonte informou que o próprio papa teria dito em certa ocasião que o limbo sempre foi apenas uma hipótese.
Muito bem! Até aí nada demais, pois afinal não é impossível derrubar uma hipótese, principalmente, quando se tem bons argumentos. A novidade maior veio no final da matéria, quando ao ser perguntado se o papa poderia acabar com o inferno, a fonte do vaticano respondeu que sim, o papa poderia acabar com o inferno, porém, isso acabaria com a noção de liberdade humana - que pode fazer o bem ou o mal (o livre arbítrio).
Então eu pergunto: Se o papa pode acabar com o inferno, poderia também o papa acabar com o céu? O céu existe? O inferno existe? Se existe realmente, como poderia o papa acabar com o inferno? Com que armas lutaria o papa?
Existe um conceito universal, através do qual as pessoas crêm, de uma forma ou de outra, que existe o céu e o inferno. Como ficaria a cabeça das pessoas que crêm, se o papa resolvesse acabar com o inferno?
Eu, particularmente, acharia excelente. Num passe de mágica o inferno deixaria de existir. Que maravilha! Nada de diabo, nada de demônios perturbando e querendo roubar as almas das pessoas. Sem o inferno, não mais existiria o diabo pra fazer com que o homem pratique pecados. Agora sim! Sem o inferno, viveríamos na mais completa felicidade.
E como isso iria acontecer? Talvez fosse mais ou menos assim: O papa solicitaria a vinda de poderosos exércitos celestiais, que de pronto desceriam do céu e, então, começaria a queda do império infernal. As legiões se enfrentariam e no final, o céu venceria e o papa seria aclamado.
Mas e Deus? Ele não entra nessa estória? E Jesus? Penso que se Jesus soubesse dessa autoridade papal sobre o inferno, Ele não teria passado por tudo que passou. Afinal, não precisaria ter derramado o seu sangue, não precisaria ter sido humilhado, nem ter sido cuspido no seu rosto, nem ter bebido vinagre ao invés de água. Não precisaria ter sido ferido com lança e nem teria sido rejeitado pelo seu próprio povo para que fôssemos resgatados.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
E agora? Como será feito pra mudar isso se o papa acabar com o inferno? Não precisaremos mais crer que Jesus é o filho de Deus, pois não iremos mais perecer. Iremos todos para o céu por obra e graça do papa.
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao pai senão por mim” (João 14:6).
E daí? Como é que fica mesmo?
Não sei... Pergunte ao papa.
Edi Mail Bohrer - licenciada em Filosofia, Sociologia e Psicologia e pós-graduada em Práticas Pedagógicas Multidisciplinares.