PAI RICO, FILHO NOBRE, NETO POBRE

REINADO, IMPÉRIO, EMPRESA

TUDO NASCE, CRESCE, MORRE, mas o prazo da morte no caso de organizações depende da manutenção que a mesma passa.

No Reinado, no império, normalmente o Primogênito é o príncipe herdeiro, a este caberá a honra e o ônus de ter nascido primeiro, ou seja, para ocupar o cargo.

Desde que nasce, já é o príncipe Herdeiro, e terá que ser treinado para tal. Mesmo estes poderão ter suas rebeldias, suas irresponsabilidade, mas no geral é treinado a mão de ferro, sobre como deverá proceder quando chegar a sua hora, e para isso terá que treinar dia após dia, e comportar-se como futuro Rei, Imperador.

O Reinado da Inglaterra, talvez o mais rico do mundo com patrimônio próprio de aproximadamente cinqüenta bilhões, além das rendas próprias do patrimônio, tem ajuda de custo da arrecadação dos tributos do Reinado, equivalente talvez a um por cento do montante arrecadado para fazer frente às despesas do exercício da política e da família Real.

Assim o Rei ou Rainha, tem de administrar o patrimônio da Família Real, bem como a arrecadação de tributos que lhes são repassados, de tudo ter controle.

A obrigação do Rei/Rainha, um dia será do sucessor, normalmente o primogênito.

As empresas não são muito diferentes, pois mesmas as mais impessoais, foram iniciados por uma pessoa ou grupo, que acabou transformando com o passar do tempo em empresa impessoal, Ford, chevrolet, wolkwagem, volvo, Nestlé, unilever, grupo Votorantin, etc.

Nas primeiras citadas, com exceção da Ford, não consegue nem imaginar que iniciou, com relação à última, grupo Votorantin, me parece que o pai de Antonio e José Ermírio iniciaram a riqueza e estes dois filhos transformaram a empresa familiar em um conglomerado de mais de cinqüenta empresa, inclusive banco próprio que recentemente foi transferido parte ao Banco do Brasil por 4,2 bilhões.

A partir de 2006, o chefe da clam, Antonio Ermírio de Moraes, passou a ocupar o lugar de homem mais rico da América do sul, com oito bilhões de patrimônio pessoal.

Este homem mais rico trabalha de fim de semana como presidente da entidade hospitalar Beneficência portuguesa, além de ocupar a presidência do Conselho de administração do Grupo, é certo que a empresa transformou em empresa impessoal, isto é, uma Sociedade Anônima (SA.).

O filho mais velho de José Ermírio se tornou o presidente Executivo do grupo, enquanto o filho de Antonio é considerado o rei do plantio de laranja, eucalipto, além de participar da diretoria do grupo.

O pequeno patrimônio acumulado pelo pai de Antonio e José foi alavancado por este, e está sendo alavancado pelos netos, filhos destes, transformando um pequeno patrimônio em um conglomerados de sólidas empresas produtivas para o grupo, para os diretores, e para o pais em que estão situados, hoje em mais de vinte paises, com rendas internacionais de mais de vinte por cento do faturamento.

Grupo semelhante o da Band, também com aproximadamente cinqüenta empresas do grupo.

A pessoa adquiri o primeiro milhão, e passa a ter um ônus, o de administrar este patrimônio, se trabalha direito e não pega correnteza contrária e se é organizado poderá chegar ao segundo, terceiro, e seguinte se o tempo da vida permitir.

Se esta pessoa tem família, todos se beneficiam, e todos têm o ônus e o peso de possuir o patrimônio.

A pessoa que iniciou ou alavancou o patrimônio, tem a responsabilidade de administrar o mesmo, e faz parte do projeto de manutenção do patrimônio a continuação do mesmo.

Como a pessoa é finita, presume que a partir do cinqüenta, tudo poderá acontecer, é mais provável que venha a desaparecer a qualquer momento, o normal dos anos presentes é projetar o desaparecimento aos oitenta, mas a produtividade e manutenção do patrimônio esta pessoa começa a transferir a qualquer momento a partir dos sessenta, setenta, ou a qualquer momento.

Todo individuo segundo padre Lélio nasce pobre, alguns são filhos de pessoas mais patrimoniada, mas em principio muito poucos mesmo após a herança deixada pelos antecessores, ainda tem muito pouco patrimônio.

Normalmente na juventude as pessoas pensam em fazer um pé de meia, para ter segurança no envelhecimento, e alguns até para dar uma alavancada nos filhos. A maior parte para preparar os filhos com os melhores estudos, tudo isto custa muito.

O Brasil é um pais de funcionários públicos bem remunerados, em média mais de três vezes acima da média do funcionário privado.

De qualquer forma, quando o pé de meia fica meio pesado, os filhos passam a beneficiar antes do desaparecimento do antecessor, e quando este desaparece recebe uma gorda herança.

Muitos dos que conseguem patrimônio, não consegue levar o mesmo até a morte, acaba por usar o pé de meia para si, ou para melhora da vida dos filhos, às vezes até para coisas banais, apenas para satisfação de egos, para adquirir conhecimentos que não tem função econômica na manutenção do patrimônio, às vezes isto é lazer e faz bem ao individuo, às vezes isto é desperdícios, como muitas festas, etc.

Quanto do patrimônio excede o primeiro ou segundo milhão, mesmo tendo os filhos sendo beneficiados com o investimento dos estudos, e até com carreiras intelectuais interessantes e importantes, necessitam estes filhos, e o detentor do patrimônio avaliarem a responsabilidade pela manutenção do mesmo.

Às vezes caberá aos filhos nortearem a sua vida para auxilio a administração do que já foi ganho, pois às vezes estão dando duro para trabalharem em um projeto, que dificilmente irá ganhar outro patrimônio equivalente. Assim se não se dedicarem pelo menos um pouco no auxilio da administração do patrimônio já ganho poderão estar trabalhando no vetor errado. Ou seja, estão trabalhando para ganhar dinheiro em um setor em quanto os outros que já esta ganho está perdendo, ou sendo diluído.

A pessoa que conseguiu acumular um certo patrimônio, mesmo pensando em si próprio como pé de meia, e como meio para investir em estudo dos filhos. Chega a um momento que sente a necessidade de desacelerar a atividade administrativa. E o patrimônio não vigiado irá perecer e o prejuízo será do sucessor que não ajudou a cuidar da administração, de auxiliar na administração.

Assim os grupos familiares, independentes de egos, de atividades outras que gostam de exercer e exercem devem na verdade tentar interagir de forma harmoniosa e organizacional de forma que o patrimônio adquirido não seja diluído ou venha a perecer.

O mais velho começara a diminuir o ritmo, o mais novo deverá acelerar o ritmo, são os ônus para que o patrimônio pelo menos seja mantido, quando não aumentado.

O mais jovem poderá alavancar também os investimento, para isto poderá aproveitar a experiência do mais velho enquanto este não desaparece para tentar investir em projeto de seus especifico conhecimento. Não poderá o mais novo por mais que se ache certo venha a exigir os recursos para os investimentos que ache certo. Mas também não poderá o mais velho por mais que ache errado negar os recursos para tais investimentos.

Deverá, no entanto o mais velho reservar parte do patrimônio como pé de meia para a sua velhice, não colocar tudo em risco pelo arrojo do mais novo.

Deverá as gerações se harmonizar, e se isto ocorrer, poderá acontecer o que é raro, às vezes pequenos patrimônios se tornarem grandes patrimônios.

O objetivo primeiro da vida é a segurança a saúde, a paz, a alimentação, a proteção do frio, e com isto tudo garantido procurar não ser muito exigente com a vida e com parcimônia será então provavelmente feliz.

O trabalho para conseguir o mínimo necessário para a maioria do povo é muito laborioso, depende de enormes esforços, de enormes disciplinas.

O gastar menos do que se ganha, é uma regra prioritária, mas muitos não conseguem. O manter reserva de pelos menos três ou quatro meses de gastos previsto no futuro deveria ser uma obrigação para que não haja surpresa e desencontros na administração do dia a dia de nossas necessidades.

Para os afortunados que conseguiram acumular algum patrimônio, o mínimo já está garantido, contudo necessário se faz administrar para não faltar, existem muitos percalços na vida, e muito investimento que parecem seguros e duradouro poderão perecerem de um dia para outro.

Exemplo disto investimento em linha telefônica no Estado de São Paulo na década de 1980, quando uma linha telefônica chegava a valer cinco mil dólares, equivalente hoje a dez mil reais, e o seu aluguel valia até duzentos dólares por mês o equivalente hoje em 2008 a quatrocentos reais. Nestes dias conheci um investidor que tinha mil linhas telefônicas com um patrimônio de dez milhões e uma renda de quatrocentos mil reais mês, e em um ano a linha era dada de graça pelas concessionárias de serviços de comunicação e o patrimônio desapareceu.

A crise do final de dois mil e oito, semelhante aquela de 1929, aqueles que tinham grandes investimentos em ações, e dependendo da empresa em que estava aplicado e dependendo das necessidades de liquidarem as mesmas tiveram prejuízo dependendo da empresa de até oitenta por cento do patrimônio.

Não existe patrimônio ou investimento seguro no futuro por mais de um, dois ou cinco anos. Não se pode almejar ter um patrimônio investido para usar daqui a cinqüenta anos, pois até lá talvez o patrimônio não mais exista.

É certo que quando a cidade cresce, quem comprou na periferia, depois de alguns anos passa a ter patrimônio em regiões dentro da cidade e, portanto mais valorizada, isto é aumento do patrimônio pela valorização do mesmo.

Quem planta arvore, faz reflorestamento comercial poderá liquidar o investimento pela venda da propriedade, pela venda da madeira no prazo do aproveitamento da mesma enquanto jovem, ou aguardar e administrar parte do reflorestamento para uso futuro.

Nos últimos cinqüenta anos, quem plantou eucaliptos, tem uma história econômica interessante para contar, parece conto de fada, pois em 2008 o eucalipto chegou a cinqüenta reais, vinte e cinco dólares o metro cúbico de madeira, a mais de cem reais o metro cúbico de madeira para serraria.

O eucalipto produz muita massa orgânica, madeira, chegando a produzir por pé em cinco anos a cada dez pés um metro cúbico, e o seu crescimento não é só aritmético, nem seu preço por metro cúbico, ou seja, dez pés de eucalipto em dez anos não só produziu o dobro da madeira, mas também seu preço por metro cúbico é maior. O mesmo ocorrendo em vinte, quarenta anos, quando dez pés de eucaliptos poderão valer mais de dez, até vinte mil reais.

Assim em uma brincadeira de investimento para fazer um pé de meia, uma aposentadoria podemos exemplificar uma pessoa que tenha a possibilidade de ir plantando o equivalente ao investimento da parcela que o governo cobra de inss, aposentadoria, ou seja, em torno de oitenta reais por mês e plantio de eucalipto. Assim teremos ao custo de um real a muda aproximadamente, oitenta pés plantados por mês, sendo que no final do ano, ou seja, após trezentos e sessenta dias teríamos 28800, numa área como querem os bancos de aproximadamente quatro mil pés por alqueires ou um mil e setecentos pés por hectares, ou um plantio de aproximadamente dezessete hectares, ou seja, aproximadamente sete alqueires.

Para a viabilidade deste projeto com este investimento deveríamos ter terra própria e pronta. Em nossa região, ou seja, divisa de São Paulo, Minas Gerais, sete alqueires tem um valor de aproximadamente cem mil reais, que já é um patrimônio muito grande para mais de noventa por cento do povo brasileiro.

Assim se tivéssemos a disponibilidade da terra, e o investimento ininterrupto por trinta e cinco anos, para então começarmos a colher as arvores de eucaliptos, teríamos então uma receita de aposentadoria de mais de CENTO E CINQUENTA MIL REAIS POR MÊS DE VENDA DE ARVORES.

Assim o patrimônio de madeira acumulado seria em médio prazo em mais de R$.201.600.000,00.

E não podemos ainda esquecer que o Eucalipto rebrota, ou seja, depois de cortado volta à vida e será uma futura arvore sem qualquer outro investimento.

Tudo isto é um exercício de investimento, sempre pensando que o futuro poderá ser projetado, e que dará certo, às vezes não. E para que o risco seja repartido, os ovos deverão ser colocados em diversas cestas, assim os investimentos deverão ser feitos em diversos seguimentos, poderá ser feito em ações sim, mas o investidor deverá dividir os investimentos em pelo menos cinco tipos diferentes de seguimentos. Sempre levando em consideração ainda que alguns deles deverão ter liquidez a curtíssimo e em curto prazo, pois em casos de emergências o investimento não impedirá o uso do patrimônio.

Mas voltando a Reinado, se não harmonizar, teremos pai rico, filho nobre, neto pobre, e esta é a tendência da maioria que ganha menos de um milhão, e também de muito que ganham mais de um milhão.

Até porque existe uma matemática interessante, mesmo nos dias atuais o patrimônio normalmente é dividido em mais de uma esposa, mais de um filho, etc. e assim aquilo que acumulado em uma só pessoa era um patrimônio razoável, de repente dividido acaba não sendo mais do que um gasto de lazer para alguns do sucessores do patrimônio, que aproveita o ingresso daquela parcela de patrimônio para fazer uma “farra”, um passeio, uma reforma, ou seja um investimento sem pensar em retorno de renda, ou de venda.

CRISE 2008

estrela da mantiqueira

estreladamantiqueira
Enviado por estreladamantiqueira em 14/02/2012
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