Planejamento Curricular Nacional do Ensino de ARTES

De fato a perspectiva dos Planejamentos Curriculares Nacionais da Disciplina de Arte no ensino de todo país é norteadora para as práticas docentes e suas conseqüências, contudo aborda as tendências e relações de arte x sociedade, arte x tecnologias, arte como linguagem além de grandes abordagens de arte como ensino, uma vez que a arte não deve ser considerada como um meio ao objetivo, como antigamente era colocado e sim o próprio objetivo.

Das inúmeras considerações feitas destaco a transversalidade dos temas apresentados para estudo, porém sob minha ótica, vejo que há de se traduzir uma poética em diversos estilos e linguagens do nosso dia a dia, ainda que esta não seja uma linguagem artística, isso é importante para o entendimento, mas deve-se haver um cuidado necessário na condução desta aprendizagem. Digo isso por que o PCN logo em sua introdução relata que “A arte como manifestação humana está presente na vida das pessoas, tanto nas manifestações artísticas em si como nos objetos de seu cotidiano, na arquitetura, no urbanismo, nos meios de comunicação...” o que noto em meu dia a dia na escola, em meio a tantas argumentações e procuro explorar essas duvidas que não são só dos alunos, mas também e principalmente dos bons educadores que buscam um ensino de qualidade; que a maioria das visões de arte que os alunos tem é que TUDO é arte, daí eles acabam entrando num mérito em que a palavra ARTE entra num tom de força de expressão, muito utilizado por todos os meios.

Evidente que para a maioria das coisas que temos no mundo quase tudo pode passar por um processo onde na sua construção seja utilizada técnicas artísticas o que muito difere de uma obra de arte, onde o conceito deve prevalecer no sentido de idéia.

Atualmente estou lendo o livro “SOM, GESTO, FORMA E COR – DIMENSÕES DA ARTE E SEU ENSINO” para complementação e enriquecimento de meu discurso, pois a medida em que nós artistas e educadores estivermos sempre em conexão direta com diversas linhas de pensamentos seremos capazes de ter pluralidade em nossa maneira de ver, pensar e exercer caminhos para a arte educação que diariamente planejamos. Dentre os quatro autores que assinam a obra, está Ana Mãe Barbosa que em seu texto argumenta a necessidade de sentir e analisar uma obra abstrata, ainda que no primário escolar os professores pouco utilizem as obras deste gênero para suas aulas, os educadores devem refletir mais sobre estas práticas; além do mais Ana Mãe destaca que sua proposta triangular foi por muitas vezes mal entendida pelos arte - educadores, achando que a releitura de obras de arte se da através de meras cópias do mesmo por parte dos alunos, ledo engano, uma vez que a interpretação e análise mais criteriosa é de extrema valia para o processo de ensino.

Professor Tiago Ortaet

2006