“O TURISMO DO CONHECIMENTO – A CIÊNCIA EM NOSSA VIDA”
“O TURISMO DO CONHECIMENTO – A CIÊNCIA EM NOSSA VIDA”
Economista e Palestrante Welinton dos Santos
O turismo educacional precisa ser explorado e mostrar a ciência em nossa vida é extremamente importante para o crescimento intelectual, além de contribuir para ampliação da visão crítica da sociedade.
Um exemplo – o Parque Estadual Fritz Plaumann, em Concórdia, Santa Catarina - Brasil, 741 hectares da Floresta do Rio Uruguai, lá se encontra um exuberante parque de Floresta Estacional Decidual (FED), que pode ser visto no site: http://www.parquefritzplaumann.org.br/.
Destaco neste artigo a pessoa que deu nome a este parque o Dr. Fritz Plaumann, ele foi um dos maiores e mais respeitados pesquisadores entomológicos do mundo (entomologia é o estudo de insetos). Ele descobriu 17.000 espécies de insetos, 1.500 desconhecidos da ciência, seu acervo está conservado no Museu Entomológico Dr. Fritz Plaumann, construído em frente de sua casa pela Prefeitura de Seara – Santa Catarina e pela Fundação Catarinense de Cultura com apoio do Banco do Brasil. São 80 mil exemplares conservados e catalogados, sem similar no mundo, pois 70% das 17.000 mil espécies não existem mais. A administração atual do museu é feita pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e a Prefeitura de Seara.
As borboletas são as musas da coleção, do estado larval até ao adulto, com o mesmo critério com outras espécies como o mosquito Aedes Aegypt, transmissor da dengue e da febre amarela. No museu encontram-se bichos-pau, moscas, vespas, percevejos, abelhas, gafanhotos, lavadeiras, louva-a-deus, borboletas diurnas e noturnas com combinação de cores e tons. Dos exemplares da coleção 95% são da região do Alto Uruguai.
Porque o destaque a este cientista? Sua paixão nasceu desde menino, quando morava em Pressich Eylau, na antiga Prússia Oriental, atual Lituânia na Europa, quando na época já se interessava por animais, por ocasião da 1ª Guerra Mundial, veio com os pais para o Brasil e ficou encantado com a fauna e flora brasileira, catalogando tudo em sua pesquisa, apesar das dificuldades do início ele conseguiu capturar, conservar e classificar espécies apanhadas no Alto Uruguai. Com intercâmbio de insetos, conseguiu solucionar a falta de livros, que também resultou grande reconhecimento pela comunidade científica internacional, ele enviava insetos recebendo em troca livros e outros insetos. Suas amostras estão em 12 países pelo mundo, entre eles destaco: o British Museum, de Londres, de Estocolmo, Viena e Belgrado. Ele foi o primeiro a defender o controle de pragas nas lavouras no Brasil, como medida preventiva. Foi perseguido na década de 70 pelo extinto IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, acusado de dizimar a fauna porque enviava espécies para o exterior, que ironia! O acervo de Plaumann pode auxiliar no estudo dos desequilíbrios de ecossistemas provocados pelos desmatamentos, queimadas, uso de agrotóxicos, dentre outros.
Com o título de Grã-Cruz do Mérito Científico da Alemanha, a mais alta condecoração do gênero concebida por seu país de origem, considerado pela Californian Academy Of Science como o maior colecionador de insetos da América Latina no século XX. Falecido em 1994, dizia que atual consciência ecológica havia despertado muito tarde em nossa sociedade. Sem dúvida uma pessoa que merece respeito pela sociedade acadêmica mundial, pois o seu legado ainda está sendo estudado e o horizonte das descobertas em prol ao auxílio da raça humana e da natureza ainda se faz presente.
Este pequeno artigo mostra que existem milhões de locais que podem ser vistos e estudados pelo turismo do conhecimento, criando oportunidades de intercâmbios acadêmicos e culturais pelo mundo, além de auxiliar no desenvolvimento econômico de suas localidades. Seja você também um colaborador do turismo do conhecimento!