A Felicidade

É certo que todas as pessoas buscam a felicidade. O desejo de ser feliz está presente na interioridade de todos os seres humanos. Até mesmo os suicidas têm esse desejo. O suicídio é uma tentativa de evitar a dor e o sofrimento, ainda que essa tentativa pareça e seja paradoxal. Mas, é uma tentativa, mesmo sendo errada.

Porém, o que é a felicidade? Como encontrá-la? Onde? Eis o que todos queremos saber.

É importante salientar que os grandes filósofos e mestres espirituais, Sócrates, Epicuro e Agostinho, por exemplo, destacam a felicidade como algo que se encontra na própria pessoa que deseja ser feliz. Sócrates convidava as pessoas para o autoconhecimento. Agostinho dizia que a verdade (Deus) está no próprio homem, não sendo, pois, necessário, ir lá fora. Epicuro afirmava que a felicidade é uma condição íntima e, desta, somos nós os senhores.

Sendo assim, concluimos que temos, em nós, a possibilidade de sermos felizes. Isso significa que a felicidade depende da pessoa que a busca.

Não digo que os outros sejam desnecessários, porque quem é feliz mostra a própria felicidade, naturalmente, mas a felicidade só pode ser encontrada se o indivíduo estiver aberto para o encontro consigo mesmo.

Não se encontra a felicidade no luxo, na farra, no dinheiro, nos livros, em outra pessoa. As pessoas são importantes e necessárias para a convivência. Já dizia Aristóteles, filósofo, que somos seres sociais. A liberdade, por exemplo, é vivida na sociedade, dizia o pensador.

O outro é importante para a partilha, mas só partilha quem tem alguma coisa para partilhar.

Há pessoas que buscam em outras a própria felicidade. Isso não é possível. O outro não pode me fazer feliz. Nem eu posso fazê-lo. Podemos partilhar o que temos; podemos nos envolver; podemos nos enriquecer; podemos nos amar.

Há ricos infelizes e pobres felizes. Há ricos felizes e pobres infelizes. A riqueza não faz alguém feliz; a pobreza, também não. O que nos dá felicidade é a maneira como olhamos para a vida e para nós mesmos. Os livros poderão nos ajudar a abrir os horizontes ou a fechá-los, dependendo do tipo de leitura. O dinheiro é um instrumento para o bem ou para o mal, dependendo do uso dele.A farra é excesso; O luxo é supérfluo.

Faz-se necessário encontrar-se consigo mesmo para descobrir o tesouro que se tem. Após encontrá-lo, a vida conquista um novo horizonte. E o novo horizonte é partilhado com as outras pessoas.