A FAMÍLIA E OS LIMITES
A história dos limites humanos vem de tempos remotos. Uma fonte segura e verdadeira nos revela de forma simbológica estas fronteiras. No livro do Gênesis (capítulo 1, versículos 16 e 17), Deus disse ao homem: “Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente”. A partir da Palavra de Deus, a situação concreta dos limites tomou conta das nossas vidas.
Somos, neste contexto, como uma ilha – cercados de limites por todos os lados. Se o estômago não tivesse uma capacidade limitada em relação à quantidade de alimentos, seríamos regurgitadores peremptórios. Ao desobedecermos ao limite de velocidade estabelecido para determinada via, estamos sujeitos a uma notificação, porque um foto-sensor nos fotografou na hora do ato delituoso. O hipertenso tem que se abster de sal; o diabético, de açúcar; o gotoso de carne; o que apresenta insuficiência de lactase, de derivados de leite. A verdade é que somos o limite das limitações.
Por um lado isto nos dá certa incapacidade de tratar com o que não podemos realizar; por outro lado nos dá a possibilidade do exercício do autodomínio e do aprendizado da dependência.
Uma família que busca o equilíbrio e a vivência harmoniosa, não pode se eximir da utilização dos limites. Famílias em que os pais deletaram esta palavra do dicionário doméstico, talvez sejam pais que não saibam nem onde moram. Porque a sua própria casa é limitada ao norte, sul, leste e oeste. Família equilibrada é aquela em que os pais impõem limites, usando de sua autoridade que é inconteste, diante dos filhos.
O livro do Eclesiástico traz uma série de versículos que nos ajudam a exercitar os limites impostos aos nossos filhos.
1. Aquele que ama seu filho castiga-o com freqüência, para que se alegre com isso mais tarde, e não tenha de bater à porta dos vizinhos.
2. Aquele que dá ensinamentos a seu filho será louvado por causa dele, e nele mesmo se gloriará entre seus amigos.
3. Aquele que educa o filho torna o seu inimigo invejoso, e entre seus amigos será honrado por causa dele.
Jesus, filho de Sirac, é o escritor sagrado, autor deste livro. Estes três primeiros versículos podem ser traduzidos sinteticamente desta forma:
• Aquele que ama seu filho... impõe limites.
• Aquele que dá ensinamento a seu filho... impõe limites.
• Aquele que educa o filho... impõe limites.
Em contrapartida, o mesmo livro nos mostra o que acontece quando soltamos as rédeas dos nossos filhos.
7. Aquele que estraga seus filhos com mimos terá que lhes pensar as feridas; a cada palavra, suas entranhas se comoverão.
8. Um cavalo indômito torna-se intratável; a criança entregue a si mesma torna-se temerária.
9. Adula o teu filho e ele te causará medo; brinca com ele e ele te causará desgosto.
11. Não lhe dês toda a liberdade na juventude, não feches os olhos às suas extravagâncias.
• Aquele que estraga seus filhos... não impõe limites.
• A criança é temerária porque os pais... não impõem limites.
• Aquele que adula o filho... Não impõe limites.
• Dando toda a liberdade... Não impõe limites.
Os limites são fundamentais. Sem eles as famílias não poderão sobreviver. Funcionam como um freio de mão. Para os jovens adolescentes e púberes são terríveis; mas são necessários. É no cumprimento deles que o equilíbrio prevalece. Nunca os deixem de impor aos seus filhos, para que eles saibam diferenciar conscientemente o que vem a ser liberdade e libertinagem, e optem pelo livre-arbítrio, à luz de Deus.