CUIDADO COM OS MOABITAS

Moabe, nome dado a um dos filhos de Ló com sua própria filha, sendo, portanto, produto de um incesto. (Gn. 19:37). Não é à toa que em hebraico, o nome Moabe, significa “família de um pai”, o filho da união incestuosa de Ló com sua filha primogênita.

Moabe tornou-se o pai dos moabitas, uma nação inimiga de Israel – o povo de Deus escolhido, não obstante ser parente bem próximo do pai Abraão. Sua terra compreendia a região fértil e bem regada dos planaltos que se estendem a leste do mar Morto, região chamada atualmente de Transjordânia.

Quando o povo de Israel peregrinava pelo deserto vindo do Egito, rumo à terra prometida – terra de Canaã – numa certa ocasião acampou-se nas Campinas de Moabe; nas proximidades de Jericó, (Nm. 22:1). Por conta disso, os moabitas tiveram grande medo dos israelitas, (Nm. 22:3); e não deixaram que eles passassem por suas terras. (Jz. 11;17). Essa atitude deixou os israelitas irritados; porém, Deus proibiu que eles, (os israelitas), os molestassem, (Dt. 2:9), entendemos que foi por respeito a Abraão de quem os moabitas, também eram descendentes.

Mas, os moabitas eram um povo obstinado e, apesar do medo que sentiam do povo de Israel por ser uma numerosa multidão, usaram de artimanhas para seduzi-los às práticas idólatras e licenciosas do paganismo, (Nm. 25: 1); o que levou Deus também, a proibir que um só moabita entrasse na assembléia dos israelitas.

Veja bem, para evitar conflito com os moabitas, Deus orientou ao povo de Israel que respeitassem suas decisões, quando eles não permitiram que aquela nação (Israel), passasse por suas terras – como dito acima; mas, Deus também, orientou aos israelitas para não permitir que os moabitas entrassem nas suas assembléias, nem ainda a sua décima geração. (Dt. 23: 3 e Ne. 13:10); todavia, os moabitas, eram estrategistas, sagazes, cheios de astutas ciladas, além de serem propícios ao suborno. Balaque, rei dos moabitas que, alugou – ou melhor –, subornou com uma pequena quantia de dinheiro, um certo profeta de sua nação, chamado Balaão; que embora tenha conhecido a Deus como o verdadeiro Deus, praticava adivinhações; uma prática abominada por Deus e não aceita pelos filhos de Israel. Entretanto, esse tal de Balaão, face a sua tendência corrompida, poderia ser alugado ou subornado por uma pequena quantia de dinheiro para perverter o povo de Israel com suas práticas imorais. Pedro, por exemplo, disse que o tal profeta Balaão, amou o prêmio da iniqüidade. (2 Pe. 2:15).

Balaão já subornado e orientado pelo seu rei Balaque, rumou em direção ao acampamento dos filhos de Israel, para proferir sua maldição. Deus, todavia, desaprovando sua atitude, enviou um anjo para se portar à beira do caminho sendo visto a princípio pela jumenta, o transporte de Balaão, e, depois, por ele mesmo, a fim de desarmar o falso profeta das idéias de amaldiçoar o povo a mando de Balaque o seu rei. Isso fez com que Balaão, até confessasse admiração pelo Senhor, e ensinou aos moabitas pagãos sobre o caráter de Deus – (Nm. 23: 18-24),

Após o encontro de Balaão com Deus, quando o Anjo do Senhor apareceu-lhe no caminho, sendo visto pelo animal, (sua jumenta) e posteriormente por ele próprio, desarmou-se de amaldiçoar o povo e até proferiu palavra de benção para Israel.

Mas, infelizmente, o seu encontro com o verdadeiro Deus, não fez diferença em sua ambição, o que tomou a decisão de insinuar as mulheres moabitas, a prostituir-se com os filhos de Israel, não atentando para o perigo que estava correndo, visto que, o seu coração estava seduzido pelas riquezas que poderia ganhar do rei dos moabitas - Balaque.

O suborno, apesar de ser uma coisa muito natural para os inescrupulosos, não deve ser para nós cidadão de bens. A Bíblia nos adverte: “Pois, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mt. 16: 26).

Balaão demonstrou certa mistura de motivações, obediência e lucro, pensou em enriquecer com o prêmio da iniqüidade, seu coração estava seduzido pelas riquezas que poderia ganhar de Balaque o rei dos moabitas e seu, mas, isso não aconteceu, pois não demorou muito, foi morto durante um ataque pelo exército de Israel.

Vejamos as orientações do Apóstolo São Pedro: “Os quais – os homens carnais – deixando o caminho direito, erram seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça. Mas teve a repreensão de sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta” ( 2 Pe. 2: 15-16).

A jumenta continua falando nos dias atuais, e às vezes tem gente tão embriagada com o prêmio da iniqüidade, e não percebe que poderá pagar um alto preço pelas suas más decisões.

“Guarde-se da ambição. Sacrificialmente deixe que Deus lhe domine e cuide de sua carreira”. “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmo com muitas dores” I Tm. 6:10.

Luís Gonçalves
Enviado por Luís Gonçalves em 13/01/2012
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