ROUSSEAU JA DEIXOU A SOLUÇÃO

“A solidão gera inúmeros companheiros em nós mesmos.” Drummond de Andrade.

Piada ilustrativa: Na festa caipira promovida na Granja do Torto, com a exigência de que todos fossem a caráter. Os adversários do Genuíno espalharam que ele não foi porque não tem... “caráter”. Maldades à parte, o fato é que a situação dele e de toda a cúpula do Partido dos Trabalhadores é insustentável!

Como Pedro, o presidente do PT, nas três vezes em que foi instado a dizer a verdade, mentiu. Entrevistado a respeito de um aval que o publicitário Marcos Valério deu a um empréstimo feito pelo PT num banco, mentiu dizendo que isso era invenção dos inimigos do partido. No decorrer de alguns dias, sua versão era outra: soubera do empréstimo, mas ignorava quem teria sido o avalista, como se ele não tivesse nada a ver com isso. Acabava jogando aos leões o tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Explicou a sua assinatura como rotineira, de qualquer presidente de partido político que assina este tipo de documento com o tesoureiro. Só não explicou a terceira e mais importante assinatura que há no papel, a do avalista, em última análise quem pagará tudo em caso de calote: Marcos Valério. Não explica como não viu os três nomes já impressos no Contrato quando o assinou. Finge que não sabia das verbas de publicidade que encheram seus cofres. A raiz de tudo está na opção que o governo Lula fez ao começar. Ao invés de mandar apurar todas as bandalheiras que aconteceram neste país, levantar as pontas de centenas de tapetes para baixo dos qual muita sujeira foi varrida – ou o leitor pensa que o mercado publicitário antes de Lula era tocado por gente honesta e cheia de patriotismo? Prefere escolher o caminho conservador, acelerar a implantação do neoliberalismo que se iniciara uma dezena de anos antes. Esquece de que é filho da fome, garante os lucros do capital (nunca, em nenhuma parte do mundo, nem mesmo na terra do capitalismo, a obtenção de lucros do sistema bancário foi tão grande) sacrifica tudo para obter superávits primários para satisfação dos agiotas pendurados na jugular do povo brasileiro. Se olharmos para a política social do governo Lula, custa a crer que ele foi um sindicalista. Todas as reformas que estão sendo implantadas – a social, sindical e trabalhista – têm a como meta comum retirar direito e o que foi conquistado pelos trabalhadores ao longo de mais de um século. Fora isso, o desperdício de dinheiro público chega a ser criminoso ( os escândalos estão provando isso). Não tenho dúvidas que intensificação da apuração das corrupções, possivelmente, liquidará com o frágil mecanismo da democracia política vigente. O projeto de poder do PT foi incompetentemente e erroneamente calculado. O grupo petista no poder tentou queimar etapas e enveredou pelos caminhos escusos do suborno. Se não pelas armas, pelo dinheiro podia encurtar o caminho. A trama seria a implantação de um modelo totalitário de esquerda, um aperfeiçoado do ”chavismo venezuelano”, porque apoiado pelo capital financeiro nacional e internacional. Todavia cresceram as discordâncias da militância e da intelectualidade que foram à mídia. O que acontece com o governo Lula foi que ele mesmo vestiu uma camisa-de-força, esquecendo-se do seu passado. Sabemos que a única saída de Lula é governar de acordo com os interesses do povo brasileiro, e não como querem os donos do dinheiro. Urgem mudanças! A questão ética é, portanto, uma questão prática que extrapola a política. Volto a baseava-me na visão igualitária de Rousseau:“os homens nascem livres e iguais”, e que se mantenham as condições de liberdade e igualdade, onde nenhum cidadão perca a sua soberania no processo de formação da vontade geral, cabendo aos encarregados de executá-la, mandatos revogáveis a qualquer momento. É, inegável, entretanto, que na maioria das democracias, o sistema de representação vive um processo de crise de legitimidade, que se expressa na abstenção eleitoral, na apatia, não participação político-social e nos baixos índices de participação da sociedade.

PARA PENSAR: “Quem perde seus bens, perde muito; quem perde um amigo, perde mais; mas quem perde a coragem, perde tudo.” Miguel de Cervantes