o jeito novo de fazer coisas velhas

A governadora Yeda não foi minha professora. No entanto, colegas e contemporâneos meus foram alunos dela, afirmando sua capacidade e competência no trato da Economia. Afinal, ela é doutora na matéria, e uma referência menor não seria de esperar de alguém tão preparado. As mesmas fontes que informam a competência são unânimes em relatar uma certa soberba em ensinar a ciência aos neófitos, bem com um ponderável dose de teoria pura, aceitável na docência.

Mas é aí que eu acho que a coisa começa a pegar: a teoria. Se olharmos bem, a Sra. Crusius nunca administrou nada. Acho quem nem síndica do prédio ela foi. Ora, sair da esfera burocrática (Legislativo e breve passagem por um Ministério) para pegar o touro de um Estado, é atividade bem diversa. Passada a euforia da eleição, quando ela viu o tamanho do elefante que tinha para enxugar, a Governadora, sem aquele jogo de cintura que só a experiência na administração fornece, meio que perdeu o rumo.

Tentou, de forma soberba bradar “L´État c´est moi”, ou algo parecido (“Eu tenho o poder das urnas”), qual um He-Man redivivo a dizer “Eu tenho a força”, e com isso perdeu a chance de dialogar com um Legislativo pluralista. Está certo que ela recebeu o governo com um passivo jamais imaginado, mas daí a achar-se acima do diálogo e derivar para o jeito velho de resolver a crise, aumentando impostos, é uma erro político inominável, revelador de um grosseira falta de experiência sóciopolitica. Não adianta dizer que o Estado está falido.

O Estado do Rio Grande do Sul é um estado rico. Está falido o Estado-Governo, mas gerido pelo anterior e tendente ao descaminho, com o novo-velho jeito de governar. Quando as promessas de campanha não são cumpridas, ou os atos do primeiro momento apontam para essa tendência, os eleitores começam a suspeitar a ocorrência de um “estelionato eleitoral”. O eleitor brasileiro é uma massa fácil de manipular.

Qual os ratinhos da fábula, eles se deixam levar passivamente pelo som ilusório da flauta (promessas) do flautista de Hamelin, para facilmente caírem no buraco sem volta. Jeito novo de governar é libertar o povo dos impostos exagerados, abusivos e injustos. Mantê-lo sob a corvéia dos trabalhos forçados (o brasileiro trabalha quase quatro meses só para pagar tributos) é dar seqüência à tirania das ditaduras e dos governos discricionários, que ao invés de trabalhar pelo povo, agiram contra o povo, em favorecimentos espúrios, imorais e antidemocráticos. Jeito novo é resgatar dignidade.

O Rio Grande é rico e pujante. Nossos governos é que são incompetentes, politiqueiros e passivos.

Antônio Mesquita Galvão
Enviado por Antônio Mesquita Galvão em 06/01/2007
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