O GEMIDO DA LAGOA DO MEIO

O GEMIDO DA LAGOA DO MEIO

A maioria das pessoas sorri quando ouve a palavra paraíso. Essa palavra traz a idéia e sentimento de céu, lugar de descanso e prazer. Quando um local belo e natural é visitado, os comentários que se ouvem são: “Isso aqui é um paraíso”! Que paraíso escondido! A Bíblia narra a historia da criação de Deus. O escritor sagrado nos revela que o jardim do Éden era um local aprazível, de belezas mil. Em meio ao jardim existia um rio, a água era abundante, esse mesmo rio se dividia em quatro outros rios que o tornava agradável, extremamente aprazível; as árvores frutíferas davam o toque majestoso, exalando aquele cheiro cítrico. Odores agradáveis levados pela brisa fria, conservada pelas árvores. Toda essa maravilha foi criada com o objetivo do homem viver confortavelmente, usufruindo de uma alta qualidade de vida. Se tudo isso foi desenvolvido e arquitetado para o prazer e conforto do homem; agora chegou a vez do criador fazer a sua obra prima: o homem.

Deus cria o homem e o coloca no meio daquela maravilha, mas como Deus valoriza responsabilidade, ele deu logo uma, a sua mais nova e magna criação. O homem ficou com a responsabilidade de cuidar e administrar o jardim do Éden, com o objetivo de manter belo, como fora criado. O texto bíblico diz: “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar e cultivá-lo...” (Gn 2.15).

Deus resolveu correr o risco, e entregou aquela “belezura” para o homem cuidar e cultivar. Mas a humanidade representada pelo primeiro ser, desobedeceu ao Criador e colocou tudo a perder, desobedecendo aos mandamentos.

Com a desobediência do homem, o julgamento do Senhor afetou toda a criação, desde o primeiro casal, chegando também a natureza. Toda a vida, a “biovida” foi atingida, a terra foi atingida com um desequilíbrio, passando a produzir ervas daninhas, espinhos. Deus levou o jardim embora e deixou apenas o espaço, agora sem o jardim, para que o homem aprendesse que tudo que se faz tem conseqüências positivas ou negativas.

O desequilíbrio na natureza foi tão grande que há um clamor na própria natureza esperando o dia da redenção final do homem; o dia que acontecerá a restauração da natureza ao seu estado original. Na carta que o apóstolo Paulo escreve a comunidade cristã em Roma, ele Diz: “A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados... Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto” (Rm 8.19,22). A flora e a fauna aguardam gemendo, sentido as dores da destruição humana, que ainda hoje, agride o jardim (o planeta) sem dó e piedade. Há um desejo dos cristãos que o dia do novo céu e nova terra chegue logo. Pedro escrevendo uma das suas cartas a Igreja diz: “Nós, porém segundo a sua promessa aguardamos novos céus e nova terra” (2ª Pe 3.13). Essa esperança cristã, de maneira nenhuma é desculpa para cruzar os braços e deixar a natureza gemendo.

Linhares é a cidade das lagoas. Presenciamos uma beleza que geme a todo o momento. Na ponte do Araçá os pequenos peixes (os grande são inexistente) ficam de boca para cima tentando respirar, gemendo e sendo destruídos pelo lixo esgotos. Mas o que dói é a morte do cartão postal da nossa cidade. Nos últimos quatro meses a lagoa do meio vem se acabando, o nascimento de algas devido a falta de cuidado do poder público tem feito a nossa lagoa gemer! É dolorido ouvir o choro da natureza! Quem administra, que zela da lagoa? Quem é responsável pela limpeza e manutenção daquelas águas? A lagoa do meio é o Éden de Linhares! É naquele perímetro que as pessoas caminham que acontecem os passeios despretensiosos, é ali que respiramos o hálito das águas... Prefeitura não deixe a Lagoa do meio gemendo até o dia do novo céu e da nova terra, esse dia pode demorar.