O Criador que amou.
O mundo foi criado;
tudo foi acabado;
acenderam-se as luzes;
o sol raiou;
o mundo iluminou;
as estrelas brilharam;
a lua resplandeceu;
no céu do firmamento apareceu.
Houve o ajuntamento das águas;
a formação dos mares;
os plânctos , as algas;
todos os animais marinhos.
Na terra toda a relva;
por toda a selva;
as feras selvagens.
Pelos rios e por toda as margens;
os répteis se satisfazem.
Grandes árvores;
nas copas as aves fazem os seus ninhos,
e de lá gritam os pintainhos;
gorjeiam por todo céu anil;
as mais vasta espécie mil.
Os ribombar dos trovões;
das gotas eletrificadas;
faz cair a chuva que rega;
fazendo brotar a sementeira e a sega;
Mas, a mãe natureza, lamenta;
e essa é a sua tormenta;
de não ter para si um filho varão;
capaz de lavrar a terra;
e de fazer valer a emoção;
de lidar com todas as suas criaturas;
então o Criador entra em cena;
e com as suas mãos acena;
para o pó da terra argilosa;
constituindo a mais alma pura;
fazendo-lhe respirar o coração.
Eis aí oh Terra! Das tuas entranhas formei;
para que ele domine tudo que provem de ti.
Ele se chamará : Adão
Viu DEUS que a sua criação era boa;
mas o homem que foi feito do pó, estava só;
precisava ele também de uma varoa;
E assim, fez o Criador;
cirurgicamente fez para Adão o seu amor.
Disse Adão: esta é carne da minha carne,
ossos dos meus ossos;
Oh! Pai nosso!
Agora eu serei seu marido e ela minha mulher;
Não é mais ela uma criatura qualquer.
Vivemos nesse paraíso, nessa imensa mansidão;
de um mundo infinito, esse é meu galardão.
Diz o Criador: tudo está cumprido;
foi feito e resolvido ;
tudo está estabelecido;
porém, vejo no futuro o homem perdido;
pois comerá do fruto proibido;
e não viverá como Deus;
a minha alma chora, vibra, implora;
estou morrendo de amor;
e assim, morreu DEUS;
e as entranhas da terra se estremeceu;
mas, DEUS que não morre, reviveu;
e ao homem redimiu para torná-lo
ao invés de criatura, filho Seu.
E assim, o Criador que deu vida,
a si mesmo doou,
morreu e ressuscitou.
Esse é o Criador que amou.