É a lei..é o rito..é o mito e o chão...
É o holocausto de uma legião clamando por justiça,
É a compreensão submissa a visão tortuosa  dos que não querem ver,
É a mentira e a injustiça desenhadas nos tribunais da inquisição financeira,
É a resignação e aceitação à sentença patológica, psicótica, pervertida ,
É a vida reduzida a valores morais aviltados e submissa à prática de injustiças, 
É a lei aplicada, ultrapassada, descontextualizada do cenário da ação,  
É o chão apodrecido pelas mentiras incorrigíveis nos cemitérios, 
É o odor frenético dos necrotérios exalando à violência consentida aos menores de idade,
É a lama, a trama dos conluios criminosos, a gana compulsiva pelo poder ,
É a malversação do dinheiro sustentada por regras de direito obsoletas,
É o maniqueísmo espúrio espalhadao pelas instâncias da sociedade, 
É o abismo da omissão pela incerteza da justiça,
É a disseminação e a banalização da morte como justificativa do mau suscetível a todos,
É a insegurança voraz, covarde, irritando a pele, espicaçando temores aos que caminham,, 
É o rosto ensangüentado clamando por socorro aos olhares contemplativos da população, temerária de retaliação por parte do autor do delito..
É a desvalorização da vida que se arrasta a cada olhar no futuro,
É a resignação dos que sofrem socialmente de todas as formas.
É o tédio e o delírio aliados ao martírio dos inconformados..
É a razão submetida aos ditames da força armada,
É o halo da incompreensão, do disfarce, do faz de contas, do esquecimento..
É o tempo e o julgamento inconciliáveis, apesar de ligados a um acontecimento concreto do pasado, 
É a covardia, mais uma vez, aliada à inoperância e ao menosprezo,
É o pós exigido sem a vivência necessária do pré, inconsequências..
É a experiência como condição para o atendimento das necessidades daqueles que não a têm..
É a dor crescente arrebentando dentro do peito..
É o escravo que não se sente..
É o silêncio imposto como castigo..
É o mito que engana, discrimina, enterrando sementes de luz no exato momento do germinar..
É o servo penitenciando seus atos diante de um altar em busca de glória,..
É a denúncia como passaporte para a morte..
É o bem natural comercializado e suprimido aos incapazes..
É a perda de identidade daqueles que faltam-lhes teto.
É o desprezo por uma educação libertadora e de qualidade, aos que dela mais necessitam..
É a depredação das florestas e matas verdes em benefício da indústria de consumo totalmente desvinculada dos padrões mínimos de sustentabilidade..
É a comercialização e a crueldade imposta em cativeiros de animais selvagens..
É o sacrifício e cremação de animais domésticos sem teto, andarilhos na busca de alimentos, circulando pelas ruas da cidade aos tormentos..
É a tentativa constante da vida para um equilíbrio dinâmico,
É a vida resumida em algumas condições, compartilhada em ocasiões, através daqueles que lutam pelo melhor de tudo..
É o tudo e o nada no mesmo degrau da existência,  
É o macro e o micro, é o ultra e o infra, é o limiar da visão..é o abstrato e o concreto, é a alma e a matéria como complementos do todo,
É o corpo, substâncias, moléculas, átomos e partículas pormenorizando-se ao invisível aos olhos..
É a "instação" na produção daquilo que não se consegue concluir, gerando sempre o desejo de fazê-lo, criando inserções diversas nas diferentes áreas do conhecimento, deixando como prêmio o sabor do inusitado,
É o silêncio dos campos e os gritos irrompidos pelo ruído das armas letais dos algozes,,
É a sorte orientando a vida e a morte nas cidades,
É  o espectro de lembranças sobre coisas que não voltam mais,
É o digladiar-se num barco afundando num oceano de inseguranças,
É a incerteza de sobrevier a cada segundo num mundo onde não existe paz.