Quem é o homem? 

     Quem é o homem? Quero fazer uma colocação sobre esta reflexão partindo de dois exemplos comuns. Se pegarmos um aparelho celular, dermos a uma pessoa que nunca viu; não possui estudo algum; mora nos rincões totalmente sem informação olhará este aparelho e jogará de lado, ou, se alguém usá-lo perto dele irá ao primeiro momento ficar com medo, assustado. Enfim, demonstrará vários sintomas de surpresa esboçando diversas reações. 

     Um outro exemplo, se mostrarmos para determinada pessoa sua capacidade de criação, lhe dando a ela toda liberdade e oportunidade de criar. Esta pessoa se maravilhará com a capacidade que tem dentro de si, e assim, perceberá o quanto pode progredir ou é uma pessoa inteligente, descobrindo seu potencial. 

     Estes dois exemplos simples nos proporciona refletir quem somos sob o ponto de vista humano, racional e também evolutivo à nível intelectual, cultural e, quanto somos influenciados pela sociedade e vida de comunidade. Na verdade, tudo o que somos se deve onde vivemos, com quem convivemos e o que nos é dado como oportunidade de aprender e conhecer por meio da educação. Enfim, é tudo isto somado que proporciona ter uma realidade do nosso potencial enquanto ser humano, nos tirando da irracionalidade. 

     Imaginamos uma pessoa que logo ao ser nascida seja colocado longe da civilização humana, sem o menor contato com o homem. Como desenvolverá seu intelecto? Certamente, viverá como animal, não terá nenhum idioma, não conhecerá nenhuma palavra. Falará a linguagem dos animais, comerá carne crua... Enfim, esta pessoa será um animal completamente irracional, sem conhecer nada de si enquanto ser humano, com um estagio de intelecto apenas mais desenvolvido que o restante dos animais. Viverá completamente pelo instinto. 

     Se este homem encontrar mais um, mais um, mais um, evidentemente começarão a se identificar, criando empatias, semelhanças assim, criarão regras, formas de comunicação entre si, mas ainda assim, viverão uma cultura instintiva agindo como animal irracional em primeiro plano. 

     Este grupo de homens, evidentemente vai aos poucos construindo suas leis para sua sobrevivência, convivência bem como construirão suas crenças. Isto é, tudo aquilo que para eles não se chegar a uma resposta atribuirão aos deuses. Associa-se a palavra deus ao inexplicável, aos fenômenos. 

     Na medida em que o homem vai se associando ao mundo, as diversas formas de conhecimentos, culturas, sociedades, situações emocionais se transforma. É a medida que vai se confrontando a dor, a alegria, que descobre suas potencialidades e adquiri cultura que descobre a diferença entre ele e o animal irracional. Enfim, constrói a razão e domina os instintos. 

     Certamente, quanto à espiritualidade, os fenômenos inexplicáveis continuam mesmo o homem já com um grau elevado em seu intelecto. A capacidade de discernimento entre razão, emoção e instinto não eliminam dentro do homem a espiritualidade no transcendental, pelo contrario, é polida, saindo da superficialidade. Evidentemente há outros fenômenos mais complexos como, por exemplo, a própria sincronia da vida humana, animal, vegetal, mineral, cósmica e outros fenômenos que ultrapassam o entendimento psíquico. A própria subjetividade humana é um fenômeno inexplicável. 

     Finalizando –termino com o que todos dizem – o homem é o meio em que vive, é a educação que recebe e a oportunidade que lhe dão. Estes três fatores somados mais o seu intelecto nato desenvolvido.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 05/01/2007
Reeditado em 05/01/2007
Código do texto: T337112