02 de dezembro - há 72 nascia esta que vos fala
02 de dezembro
O meu primogênito, aos 10 anos de idade, cismava que a Rua Dois de Dezembro, no Flamengo, Rio de Janeiro, era em minha homenagem. A homenagem era para Dom Pedro II, acho eu.
Aos setenta, poetizei a “LIRA DOS SETENTA”, clamando pelo filho ausente, pela família, pelos amigos presentes e pelos que se foram sem dizer adeus. Mas celebrei a data, com champanha e velas perfumadas. Os ausentes aumentaram, mas aumentaram, também, os amigos.
Hoje, 72, continuo uma idosa com cabeça de menina. Aparentemente saudável.
Nesse espaço de dois anos, não vendi muitos livros, mas vendi. De grão em grão, a galinha enche o papo, segundo o dito popular. Nenhum livro recente, mas com dois em andamento, um para início de 2012 e outro para final.
O poder de sedução sobre o marido continua!!!
Revisitei Parnaíba várias vezes. Agora, devo redescobrir a minha SIMPLÍCIO MENDES. Há uma intenção para a velha Paris, em março/12, não é certeza. Dizem que a primavera lá é demasiado fria. Sou sensível ao frio.
Os netos estão por perto, lindos e inteligentes. O de 6 anos até já participou de coletânea. Teremos outro escritor na família? Os filhos vão bem, obrigada!
Uma amiga da hidroginástica profetizou que viverei até os 92. O meu filho, (médico) acha que chegarei aos 100. Eu achava que só estaria por aqui até os 70, preparei-me psicologicamente. Até pedi perdão a quem não devia!!! - Perdoar o que? Conscientemente, nunca fiz mal a ninguém!
A verdade é que ainda estou no pedaço. “Uma noite, não serei solidão, quando o candelabro for sereno ao apagar-se”, belos versos emprestados de um poeta. Se ele souber que estes versos serão o meu epitáfio, manda-me para o inferno. Até lá, viverei com a sabedoria da águia: viver 40 anos, subir o rochedo, quebrar as garras nas pedras, ver essas garras renascerem (como a nossa dentição) e viver mais 40. Assim, perfazerem 80. Se houver mais, fui mais sábia que as águias.