É SÓ EMPRESTADO
jTorquato (supertor4)
Antes que penses asneira, é bom lembrar-vos que és mais que isto aí que te representa, teu retrato é uma foto de um rosto emprestado, teu corpo te foi doado ternamente, para que aqui viestes e aqui pudesses aprender e evoluir. Embora desde áureos tempos, com adventos de certas seitas e religiões primitivas, começamos a nos achar eternos enquanto duramos, fica a lição de que daqui nada levamos. E é tão ridículo o acumulo de riquezas e a ambição, quanto visitar um túmulo de faraó e presenciar o primitivismo da crença que tudo levamos inclusive esposas e criadagem. É um pensamento tão infantil que quando nos damos conta da burrada em que levamos nossa vida material, já estamos à morte dela. Ai o tênis de marca, a moto, o carrão, as casas de praia nas praias, os veleiros, as mansões, o wisk importado e a ração para o cão importada, ah! Ah! Ah! Ah! fica tudinho ali testemunhando teu enterro. Ah mas tem meus herdeiros, tem, sim aqueles que ficarão com o que pretensamente é teu, depois de brigas e desaforos e sofrimentos mil, volta tudo ao que era, “nada se perde tudo se transforma” “entende”?
Foram-se grandes famílias, tradicionais e ricas, ficaram os herdeiros dos herdeiros que até o nome nem mais existe na pureza inicial. Galhos novos substituem galhos velhos desfolhados para seguirem o mesmo rumo. Até a morte da árvore. O ciclo material continua. O espiritual também.
Mesmo que seja só isso, não nos lembramos que sendo filhos desta natureza, somos irmãos, cada qual com o mesmo pedaço de Deus. Não são seus filhos carnais que herdarão o bem mais precioso que deixarás, são todos seus irmãos humanos ou não, as criações, as invenções, os avanços, os conhecimentos mais amplos, tudo que de bom fizeres por eles inclusive seus irmãos/filhos, irmãos/pais/esposas, irmãos/tios, avós.
A Natureza reclama dolorida da agressão que vem sofrendo em nome do conforto de uma raça só do planeta: A Humana, que salva raras exceções, não contribuem, não devolvem, com carinho e desvelo, o que receberam, de graça e emprestado na sua curta e excitada vivência no planeta terra.
Estão vós, para assistir de camarote, o retrato que poderá ser o do futuro deste planeta. Se o programa espacial estivesse mais avançado, já poderíamos fazer esta comparação. E diante de certos planetas, veríamos como a humanidade pode transformar o paraíso que um dia foi a Terra.
Não é hora de adiar, protelar é hora de decisão, ou se faz algo agora pelo planeta, ou não se poderá fazer mais nada, a não ser assistir um quadro dantesco: A Herança maldita que deixaremos para nossos filhos e netos, a sufocação, a guerra, a falta de água potável, o calor degelante, uma era de sofrimento onde os mais fracos ficarão por baixo servindo de degrau ao mais forte que morrerá um pouco mais tarde e com maior sofrimento. E Estes serão nossos herdeiros, herdeiros de um parente que pôs a comodidade à frente de sua morte dolorosa.
Era houve no degelo anterior em que a humanidade chegou a se alimentar de bebês recém nascidos e pouco depois de crianças mesmo. Era a fome feroz. Não se fala disto. Mas aconteceu. E estamos no limiar de uma nova, onde será mais dantesco, não pelo ciclo da natureza, pois este o homem ainda tem como organizar e amenizar, mas do conjunto da obra, A natureza e seu ciclo, e o homem e sua ambição destruidora, colaborando para a maior catástrofe da terra, catástrofe só para os seres vivos, diga-se de passagem. Pois a terra saberá sacudir estas pulgas malditas, e renovar-se como já o faz há milhões de anos.
Então, no caso de uma catástrofe cumulada (natureza e a mão destruidora do homem), usinas atômicas explodirão, depósitos de material radioativo perecerão e despejarão no ar e na água afora os depósitos de armas biológicas e químicas. Um sem fim de destruição juntando-se a um simples terremoto já é o suficiente, imagine-se a uma cadeia de terremotos, maremotos, vulcões acordando, placas teutônicas endoidadas, enchentes e secas!!!! Cretinice amargerdônica? Mas já está acontecendo e acirrando-se!!! E ainda estamos no começo.
Ou acordamos a tempo, ou seremos os últimos dos dias pompeianos.