A profissão mais antiga - até que ponto pode ser considerada vida fácil?
Uma frase muito antiga pode calçar qualquer tipo de atividade profissional ou a falta de uma: " O ócio é a oficina do diabo ". Pois é:Trabalho é trabalho, em qualquer circunstância.
Outra frase também reforça que a ocupação faz o homem e a falta dela pode causar sua desgraça: " A falta do que fazer faz-nos encontrar o fazer ".
O homem, desde os primórdios, recebeu ou pegou pra si a incumbência de sustentar os membros da família, enquanto que à mulher cabia a responsabilidade dos cuidados e os afazeres internos ( domésticos ). Assim foi construída essa cultura. As pessoas por suas sobrevivências tinham que conseguir o que comer. Eis o princípio do esforço humano, tempo depois denominado " trabalho ".
As coisas mudaram, no considerado mundo moderno. A mulher começou a trabalhar fora de casa e ajudar no sustento da casa. Tornou-se também, igualmente chefe-de-família.
Há registros históricos que na primeira guerra mundial, quando mulheres pela primeira vez foram recrutadas para trabalhar em hospitais, foi causa e princípio da ideia de que a mulher poderia ser útil além do que fazia em casa.
Depois disso aconteceram muitos movimentos, reformas e outros atos públicos que relutaram pela igualdade da mulher diante do homem na sociedade. Podemos aqui referenciar o caso de mulheres, em época antiga, que militavam nesses movimentos foram consideradas "bruxas". Fato que justificava, para o poder, a incineração em fogueiras dessas valentes mulheres.
Saltando do ponto de vista do esforço e luta para inclusão de mulheres no mercado de trabalho e consequente reconhecimento, para o "serviço" que algumas delas prestavam e prestam a homens, como forma de vender prazer. Mesmo não podendo situar no tempo, este trabalho feminino é muito antigo, talvez podemos até arriscar em dizer que desde que existe mercado e mercadoria, este " produto" fora vendido.
Contudo, ao longo dos tempos a prostituição não ficou restrita às mulheres, passou a fazer parte deste "mercado", a figura masculina. Praticada por homens a mulheres ou até mesmo a outros homens.
Cortesã, meretriz, rapariga, prostituta, garota de programa, garoto de programa, acompanhante, entre tantas denominações pertinentes, classificam a atividade desenvolvida por essas pessoas. Existe até um projeto de lei nacional que tenciona transformar esta atividade em profissão regulamentada pela CLT brasileira.
Discute-se, porém, aqui, restritamente, o trabalho que é executado por essas pessoas - o de forcecer prazer a quem necessita, procura e paga pelo ofício.
Àqueles que consideram "vida fácil", terminologia assumida e divulgada por décadas, talvez não consigam associar o fato aos efeitos de quem participa como protagonista nesse mundo.
Leigamente de minha parte, torna-se difícil conciliar esse entendimento, no entanto, aponto que há gostos e contra-gostos, ocasiões e obrigações, vantagens e severas consequências, portanto o que pode ser fácil para alguns, pode ser extremamente difícil para outros.
Giovanni, um garoto de programa, afirma categoricamente " Às vezes somos obrigados a fazer coisas, com determinadas pessoas, que quando acabamos, vomitamos só ao lembrar ".
Mesmo assim, os "fazeres" relativos à profissão não são responsáveis pelo desagrado à sociedade quanto à sua necessária valorização. A obrigação profissional não pode ser diminuída diante de outras atividades remunerativas, sabendo-se que, não deve ser um serviço muito fácil.