Você não vale nada, mas eu gosto de você.

Puxa, faz tempo que estou tentando arranjar tempo para escrever sobre isso! Mas sabe como é né? “Time is Money” meu compadre, o negócio não tá fraco. O mundo está de ponta cabeça e eu não vou ficar de braços cruzados esperando essa “marolinha” virar tsumani. Se os próprios yankes estão protestando contra o Capitalismo é porque a coisa é séria.

Inspirados na “Primavera Árabe” os protestos ocorridos há dois meses em New York City (centro financeiro global) denominado “Ocupe Wall Street” parece que está longe de acabar. O que começou no coração de Manhattan, se espalhou por outras dezenas de cidades norte-americanas onde os gritos: “somos os 99%” ecoam. Mas afinal o que eles querem? O fim do Capitalismo? Será?

Após três anos de crise, a maior desde o “Crack de 1929”, os cidadãos dos EUA vêem as desigualdades econômicas aumentar em proporções alarmantes. Enquanto o chamado 1% com o seu cassino financeiro , acumula e lava dinheiro, a sociedade convive com o desemprego e a queda vertiginosa dos salários. Essa é a motivação para tanta raiva. Eis o gênese das manifestações.

Há séculos que o Sistema Capitalista promove desigualdades, na verdade faz parte da sua origem. Só que os norte-americanos estavam ocupados demais dirigindo os seus automóveis e destruídos com seus cacarecos eletrônicos pra perceber. Agora não: É como se tomassem o brinquedo de uma criança. Estão todos contrariados. O sistema que antes era idolatrado por empregar, gerar mais trabalho e o dito progresso não está mais atendendo a expectativa do “Americam Dream”.

Os esquerdistas de plantão estão com um sorriso de orelha a orelha. Eles querem ver é o circo pegar fogo. Mas que eles não se iludam. O Capitalismo agoniza, porém não morrerá. Ouvi em algum lugar alguém dizer que as causas marxistas não vão pra frente porque o sonho de todo proletário é ser burguês. Não é mentira. Os chineses não me deixam mentir. Protestamos contra o sistema, todavia corremos feito loucos pra fazermos parte dele e colocarmos “dim-dim” no bolso. Sílvio pergunta: “Quem quer dinheiro”? A galera responde: “Eu!”

Por isso o título: Você não vale nada, mas eu gosto de você. Esse forrozinho que estourou por ser trilha de novela coube como uma luva nessa temática. Queremos sair dos 99% e migrar pra o seleto 1%. E boa parte não quer nem trabalhar pra isso. Dinheiro fácil. Vida fácil. Difícil é pensar em equidade quando tem dinheiro na jogada. Infelizmente é a realidade... O lema do mundo é o seguinte: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.

T S Oliveira
Enviado por T S Oliveira em 23/11/2011
Reeditado em 24/11/2011
Código do texto: T3352856
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