CÉU - B
PALAVRAS DE VIDA
Pr. Serafim Isidoro.
REGIÕES SUPERIORES - Texto B - CÉU
"Na casa de meu Pai há muitas moradas..." - Jo. 14.2.
A pluralidade CÉUS - OURANOI - na literatura neotestamentária nos leva a entender um universo e não somente um planeta onde seres espirituais habitam ou habitarão no futuro denominado "O tempo de restauração de todas as coisas". - É declaração de importante estudioso do judaísmo, que a expressão céu, na Velha Aliança em hebraico, sempre foi usada no plural: SHAMAYM, até ao tempo do judaísmo tardio. Na Septuaginta, versão do hebraico para o grego koinê, no segundo século aC., e nos escritos apostólicos da Nova Aliança, século primeiro do cristianismo, céu aparece como OURANOS, substantivo singular que é mesclado às vezes com o plural OURANOI, em outros casos.
Diz o Dicionário Internacional de Teologia do N. T.: "O homem sempre contrastou o céu com o seu ambiente terrestre, a terra. Ao relacionamento físico sempre tem correspondido um metafísico. Além de ser um termo espacial, céu veio a ser uma expressão geral de tudo quanto tem poder sobre o homem, o domínio de Deus e dos espíritos".
Entende-se que CÉU não seja como que um planeta, mas sim como um universo onde a vida futura terá espaço, já que haverá novos céus (plural) e nova terra, onde habitarão Deus e Seus filhos, concomitantemente, como cantado em conservador hino evangélico: "Céus e terra serão a mesma grei". O livro Apocalípse prevê que a terra futura não terá a luz do sol ou da lua, mas que o"brilho" do Cordeiro - Jesus - a iluminará.
O cristianismo herdou dos persas a expressão PARADEISOS - paraíso - jardim, mas não na mesma acepção, pois aquele povo sonhava, ou sonha, com uma vida futura que deverá ser prolongamento da existência presente, constante de todos os sentimentos e paixões ampliadas, casando-se e dando-se em casamento, inclusive. Para os escritores cristãos, entretanto, o céu do futuro será de pessoas ressurretas, transformadas, glorificadas e sem as limitações humanas de hoje.
Especular acerca do céu (ou dos céus) não nos levaria a realidade nenhuma. O apóstolo João escreveu que: "Aquilo que os olhos do homem nunca viram e os seus ouvidos nunca ouviram, isto é o que Deus tem preparado para aqueles que O amam". Dimensão diferente, circunstâncias diversas e inusitadas, é o que a Nova Aliança nos afiança sobre tal expectativa. Uma crisólita no casulo não poderia - se possível - antever a beleza dos jardins em que, no futuro, ela voaria. No interior do ventre materno, não vislumbravamos as belezas que a natureza nos agraciaria.
Embora mencionado com frequência, o céu não será morada dos salvos. A terra transformada, sem mar, sem sol e sem lua, iluminada pela glória da Estrela da Manhã - Jesus - será coberta pela multidão dos que foram agraciados com a eterna salvação.Tudo será novo. Nada terá fim-Ap. 21.
O conhecimento subjetivo que temos do Pai, do Cristo e do Espírito Santo, não nos pode dar o quadro da realidade destas Pessoas - ou Dele, Deus - pois não são humanas, mas divinas. Eles são o céu. Em Jesus habita toda a plenitude da divindade - Cl. 1.19. As promessas feitas por Ele acerca do céu são fiéis e verdadeiras. A nós cabe recebê-las pela fé que excede a razão e a lógica ou às lucubrações da mente humana. "Fé é a certeza das coisas que se não vêem", escreve o autor da carta aos hebreus. Estar em Cristo é habitar, em expectativa, os céus que o futuro nos reserva.
Só Jesus.
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O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D.D., Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br