Língua - Inferno -5

PALAVRAS DE VIDA Pastor Serafim Isidoro.

LINGUA -INFERNO - (Texto V)

INFERNO = GEENNA

"Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; está situada entre os membros do nosso corpo e contamina-o; e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta a ela mesma em chamas pela Geenna." - Tg. 3.6.

Prosseguindo em nossas considerações exegéticas iniciadas no artigo do mesmo título, focalizaremos o vocábulo Geenna que, no texto bíblico citado acima, é da lavra de Tiago. Esta é a única exceção do uso deste termo, que não seja proferido pelo Senhor Jesus. Todas as demais onze referências dele foram feitas pelo Mestre.

Tiago é escritor judeu e faz referência ao local em que o rei Manassés - 698 aC. - II Cn. 33.6 - sacrificou o seu filho ao deus Moloque. Na época de Jesus tal sitio foi tornado em lugar onde eram queimados cadáveres de indigentes e o lixo da cidade de Jerusalém. Cremar cadáveres, para o império romano, era coisa de somenos importância, corriqueira, normal, e algumas pessoas, tendo sido réus, eram lançadas ali ainda com vida. A metáfora de tal local é usada, por Tiago e pelo Senhor, como representativo, figurativo, de tormento que é eterno. Gê, é: "terra" e Hinom o nome do proprietário daquele lugar; então, Geenna, "Terra de Hinom".

A figura tipológica de um lugar de extinção às vezes punitiva era claramente entendida pelos judeus daquela época. Tiago usa esta figura para expressar o mau uso da língua, este membro tão importante de nosso corpo, colocando-a como advertência e, em uma linguagem figurada, diz que a língua, quando mal usada, é inflamada pelo lugar de extermínio e sofrimento, e será sem dúvida o seu destino, o tormento eterno. Linguagem admoestativa, figura de ensino de um cristianismo que prima pelo caráter dos seus seguidores.

A palavra geenna - inferno - é substantivo genitivo, feminino, singular, usada onze vezes pelo Senhor - repetimos - referindo-se às vezes, ao local em Jerusalém, e às vezes tipologicamente como um lugar espiritual do qual só Ele, Jesus, tinha conhecimento devido às revelações nas muitas noites de comunhão com o Pai, quando em Jerusalém, no Jardim das Oliveiras. Geenna é citada por Ele, pela primeira vez, em Mt. 5.22.

A divindade de Jesus, limitada pela encarnação do Logos - Fp. 2.6-8 - se desdobra por vezes manifestando conhecimentos que não humanos, que não temporários e não oriundos do Homem de Nazaré: "Aquela glória que tive contigo antes que o mundo fosse feito"; "Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?"; Glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que tive junto de Ti antes que houvesse mundo" - Jo. 17.5.

Inferno é, biblicamente, o lugar espiritual, o local em que estão aprisionadas as almas (e espíritos) das pessoas que partem deste mundo sem ter a salvação. "E a condenação é esta, que os homens amaram mais as trevas do que a luz" - dissera o Mestre. Jesus é a porta para o céu; porém a rejeição, a recusa à Sua pessoa conduz o pecador ao inferno. Nossas Bíblias traduzem Geenna como inferno, pois nós ocidentais, não conhecemos o Vale do Filho de Hinom. É, então, válida tal tradução. Só não o é, a versão como inferno, do vocábulo HADÊS, como tivemos ocasião de salientar em nosso artigo "As portas do Inferno" - Texto I.

Ao falar acerca do tormento eterno - Ap. 20.10 - o Senhor transmitiu-nos uma figura do que só Ele poderia saber, já que o Logos é o autor da vida, do universo e de todas as coisas. As regiões espirituais foram por Ele criadas e são assim administradas. É Ele quem diz: "Todo poder me foi dado, nos céus e na terra; portanto ide, fazei discípulos de todas as nações... Quem crer e for batizado, será salvo; porém quem não crer, será condenado".

Só Jesus.

O Pr., Th. D., D.D., Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br