FRAGILIDADE

Eu me fiz tão forte.

Atravessei desertos.

Montanhas escalei.

Sobre espinhos pisei.

Me feri, me machuquei.

Noutras horas sobre nuvens eu dancei...

Como eu vibrei!

Mas quanto eu me dei!

Quanta dedicação!

Minha vida daria uma canção.

Que nada! Daria um romance de milhares de folhas.

Todos nós somos no fundo somos um grande e romanesco ser.

Um dia cansei de sofrer.

Pensei.

Vou rir. Buscar com o riso apagar a dor.

Não vou sofrer mais por amor.

Que ilusão!

No fundo eu sou só esta frágil criatura que se entrega.

Que não se nega quando o amor bate à porta.

Nestas horas com o sofrer não se importa.

Sou frágil caravela solta no mar.

E aprendi nesta vida a conjugar com mais intensidade o verbo amar...

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 28/12/2006
Reeditado em 23/03/2011
Código do texto: T330307
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