DILMA E ORLANDO SILVA: CABEÇAS VÃO ROLAR...

Diferente do cantor, Orlando Silva, o ministro, não é nenhuma celebridade capaz de reunir multidões, no entanto tornou-se uma piada de gosto discutível no governo Dilma. O “artista” foi nomeado por dívida da campanha. Lula, o sociólogo dos conchavos, prometeu ao PC do B o ministério dos esportes, caso Dilma subisse a rampa. Dito e feito. Dilma torceu o nariz, mas com uma habilidade e paciência digna da personagem Maria Moura, esperou o momento certo para fazer valer sua vontade.

Em meio ao atraso das obras para Copa de 2014, do mar de lama por onde Ricardo Teixeira navega em seu iate e a total incapacidade do ministro em se expressar de forma inteligível surge um escândalo. O ministro teria desviado dinheiro de um projeto social. Mais uma vez o governo que tem como lema um Brasil para todos privilegia os seus militantes dos tempos da oposição.

Dilma chamou Orlando Silva para conversa, foi habilidosa e até certo ponto ardilosa como Elisabeth I, da Inglaterra, dando ao ministro um voto de confiança, mas solicitando uma varredura completa nas contas do ministério. O que na linguagem popular poderia ser facilmente traduzível como : Deu corda para que o ministro se enforque sozinho. Assim ela poderá demiti-lo com justa causa e o partido não pode dizer que ela nutria desafetos pelo ministro. A idéia de perseguição não vai colar.

Diferente do que boa parte da população esperava, Dilma é matreira em governar. Diferente de seu antecessor que parecia ter saído de um dos filmes de Mazzaropi , Dilma parece movida pelas confabulações palacianas, pelo cultivo da paciência, e sobretudo pelos acordos silenciosos das sacristias barrocas das Minas Gerais. Enfim Dilma é um misto de tragédia skakespeariana com os melindres brasilianos de Mario de Andrade.

E para terminar de forma inglesa, afirmo sem nenhum temor que Orlando Silva está tão seguro quanto estava Ana Bolena na posição de Rainha da Inglaterra, esposa de Henrique VIII. Detalhe, ela foi decapitada...