Soluções simples

Quando nosso orçamento doméstico está apertado ou o preço do produto/serviço nos parece exorbitante, mesmo não tendo a prática do profissional específico para resolver o problema doméstico do momento, contornamos o mesmo com nossas próprias ferramentas, algum esforço físico, o dobro do tempo médio e alguns arranhões nos dedos e doloridos espalhados pelo corpo. E muitas vezes nos surpreendemos ao perceber que o reparo acabou ficando melhor do que o imaginado. Até porque nos esforçamos por fazer bem para não ter de passar pelo mesmo contratempo nos próximos anos. Ao contrário de alguns “espertos” profissionais que não capricham muito para serem requisitados novamente dentro de alguns meses (ou semanas).

Esta filosofia de resolver os problemas domésticos com os próprios recursos foi abandonada pelos governantes há muitos anos. Solucionar os contratempos da sociedade com seus próprios funcionários públicos certamente é mais econômico para os contribuintes, mas impede que as práticas das “comissões” (10 vezes maiores que seus salários) pelas contratações de serviços através de licitações e terceirizações suspeitas sejam executadas em todos os escalões de governo. Além da prática criminosa de desfazer quase tudo realizado pela gestão anterior para que novas “obras” sejam executadas para “melhorar” algo que já funcionava bem mas foi propositalmente desgastado para forçar uma pressão no sentido de refazer o serviço em foco, desperdiçando recursos públicos auferidos dos que trabalham 4 meses por ano para pagar os exorbitantes impostos ilógicos.

Dentro desta política de abandono da sociedade, nossos dirigentes só assumem os cargos com o objetivo de acumular altos montantes em suas contas bancárias. Não existe a mínima preocupação destas parasitas em estabelecer normas que preservem de fato, os direitos daqueles que pagam caro por péssimos serviços. Seria fácil eliminar alguns atritos (entre centenas) que desgastam as relações “povo x governo”, aprofundadas pelos eternos escândalos tornados públicos em diversas câmaras e palácios do país. Apenas para exemplificar, sugerimos estas 4 medidas a serem adotadas sem a necessidade de se recorrer à Justiça, que só coloca a venda nos olhos quando o reclamante está abaixo da linha da riqueza:

1 – salários dos parlamentares: seria de 25 vezes o salário mínimo. Caso desejem ganhar R$ 25 mil para coçarem o saco deles e torrar os nossos, que passem o SM para R$ 1.000,00.

2 – crises nos aeroportos: por cada hora de atraso na partida de um vôo, o passageiro teria direito a um desconto de 10% no preço da passagem. Atrasos superiores a 10 horas ainda daria direito aos prejudicados receberem em espécie, o dobro do valor estipulado. Pronto! Num instante as companhias criariam mecanismos junto à ANAC exigindo estrutura adequada e moderna para prestar um serviço que a todo instante coloca em risco centenas de vidas. Planejariam melhor suas escalas de manutenções, férias, cursos, compras, etc. Com certeza dentro do alto preço da passagem uma enorme parcela deve ser de impostos.

3 – IPVA: o valor deveria ter um desconto proporcional ao número de veículos furtados no município no ano anterior. Com certeza as autoridades criariam condições para que a segurança pública elevasse a qualidade para evitar queda na arrecadação!

4 – IPTU: também teria desconto de acordo com o número de assaltos às residências do bairro. Mais um fator na ajuda para melhorar a polícia urbana.

Você não fará muito esforço para identificar outras medidas que podem criar um mecanismo automático para atender nossos anseios em troca dos impostos pagos. Difícil será encontrar uma forma de cativar nossos pares anestesiados a participarem de uma cruzada contra os pilantras que colocamos no poder para pisotearem nossa dignidade e furtarem nosso pecúlio sem nenhuma penalidade.

Haroldo P. Barboza – Matemático, Analista de computador e Poeta

Autor do livro: BRINQUE E CRESÇA FELIZ!

Vila Isabel/RJ - dez/2006

Referendo de sucesso será o que permitir expurgo no Congresso!

Nós podemos fazer a diferença na verdade do futuro!

Haroldo
Enviado por Haroldo em 23/12/2006
Código do texto: T326481