QUANTOS AOS OUTROS/O ÚLTIMO CONVITE

O MENSAGEIRO

ÓRGÃO DO CENTRO ESPÍRITA OLHAR DE MARIA

OUT. NOV. DEZ/1989

QUANTO AOS OUTROS

Se você acredita que pode alcançar a sublimação espiritual sem os outros, decerto ainda não chegou à verdade.

A vida foi criada, à feição de máquina complexa, em que as peças diferenciadas, entre si, guardam função específica.

Não fuja à engrenagem do seu grupo se deseja aperfeiçoar-se e progredir.

Os outros são as áreas destinadas à complementação e melhoria dos seus próprios reflexos.

Através deles, é que você se analisa para observar-se com segurança.

Não intente transformá-los, de imediato, porque qual ocorre conosco, são espíritos em evolução, caminhando entre dificuldades e sombras, para o conhecimento superior.

Não exija deles a perfeição que estamos ainda longe de possuir.

Esse nos ensina paciência, aquele a compreensão, aquele outro o imperativo da bondade, tanto quanto somos pessoalmente para cada um deles testes vivos nesses mesmos assuntos.

Acredite: sempre que os outros nos apareçam à maneira de problemas, somos para eles outros tantos problemas a resolver.

Diz você que precisa identificar-se com a vida e descobrir-se para fazer o melhor, entretanto, unicamente pelos outros é que você se encontra e se realiza para as conquistas supremas da felicidade e do amor.

ANDRÉ LUIZ

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

LIVRO: RESPOSTA DA VIDA

O ÚLTIMO CONVITE

Raul Hanriot, o grande médium que oi um dos primeiros presidentes da União Espírita Mineira, estava bem de saúde naquela segunda-feira de julho de 1939 em que participou, pela derradeira vez como encarnado, dos trabalhos mediúnicos realizados no Centro Espírita Thiago Maior, de Belo Horizonte.

Assim, sua ausência na reunião de quarta-feira não causou maior preocupação nem ao Presidente da Mesa, Sr. Domingos Moutinho Teixeira nem aos principais médiuns, como os senhores Camilo Chaves, Bady e Nardy.

Na hora aprazada, como sempre, foi feita a prece de abertura e os seareiros se entregaram à sua divina tarefa de intermediar os ensinamentos do mundo espiritual.

A primeira mensagem recebida, porém, causou espanto e interrompeu imediatamente a reunião: ela partia do espírito de Raul Hanriot que comunicava haver, naquele momento, acabado de desencarnar em sua residência.

Alegando estar enxergando com alguma dificuldade, como se diante da sua vista houvesse um espesso véu, o espírito solicitou aos amigos que fizessem uma pequena concentração em sua casa, uma vez que ele precisava, ainda, de fazer certas recomendações de grande importância ao seu filho mais velho, também de nome Raul.

A sessão foi interrompida e os médiuns se encaminharam, imediatamente, para a residência do velho companheiro de trabalhos espirituais, situada na Avenida do Contorno, onde um quadro muito sugestivo aguardava os videntes: Raul Hanriot, espírito, com um gesto largo mostrava o seu corpo no caixão, enquanto com o braço esquerdo se apoiava no ombro de sua filha caçula, Angélica.

Os amigos, cumprindo as próprias determinações do espírito, se encaminharam para um dos quartos da casa e, através dos recursos da mediunidade, Raul Hanriot conversou normalmente com seu filho a quem fez sérias recomendações sobre assuntos bastante particulares e íntimos.

Tão positiva e marcante foi essa sucessão de fenômenos que caracterizou a passagem do velho médium para o mundo espiritual, em uma última demonstração da imortalidade do espírito, que não causou estranheza a ninguém a despedida que, no cemitério, lhe fez o Prof. Cícero Pereira, lembrando a saudação final de Flamarion a Kardec: “Até logo, Raul”.

De “O Espírito Mineiro” – nº 209 Abril/Junho/89.

Pedro Prudêncio de Morais
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 06/10/2011
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