DIVINA SINFONIA
Por JB Xavier
Não sei se a música é uma invenção humana ou se o tudo o que existe é uma sinfonia do Criador.
Ela permeia tudo, está em tudo, e aos mais atentos é possível ouvi-la mesmo em meio às mais negras auroras.
Embora só a ouçamos quando estamos conscientes de sua presença - por curtos períodos, frise-se - ela está sempre presente, quer a ouçamos ou não.
Em tudo o que existe há ritmo e harmonia, e mesmo o ciclo daquilo a que chamamos vida é, ao fim, um grande compasso musical, onde uma pausa é feita para que outro compasso se inicie.
Para os mais sensíveis não há silêncio no universo, e mesmo o vácuo estelar, onde o som, como o conhecemos, não existe, é pleno de proporções, ordem e simetria - todos eles elementos fundamentais da música.
Há um encadeamento em tudo o que existe, e mesmo o que não existe está expresso em imagens harmônicas, à disposição dos que se dispõe a interpretar a partitura do universo.
Nela, é possível observar cada notação dispostas com exatidão simétrica, compostas por uma suprema inspiração que as encadeia harmonicamente, fazendo com que o conjunto de tudo quanto existe, a Terra, os astros, as galáxias e toda a matéria disseminada no espaço, o cosmo, o macrocosmo, o microcosmo, enfim, o Todo, dancem um balé
de ordem e indescritível beleza, sob a batuta do Poeta Maior, a quem - até por respeito à sua genialidade - deveríamos prestar homenagem em cada um dos dias de nossa existência, não permitindo que sejamos nós as notas desafinadas dessa divina sinfonia.
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