Cooperativa do Treze homenageia Luiz Alves
Em solenidade pública, no dia de comemoração de nossa Independência, a Cooperativa Agrícola do Treze, em Lagarto, homenageou o seu administrador maior, Luiz Alves de Oliveira (do Banco do Brasil), que não mais está mais entre nós. Luiz Alves chegou à Cooperativa imbuído da responsabilidade de reabilitar um projeto que se apresentava insolvente e na iminência de fechar as portas, deixando à mercê da própria sorte um número significativo de trabalhadores e seus familiares. A homenagem, que contou com a participação de um número significativo de familiares e amigos do homenageado, representa um reconhecimento público merecido a um administrador que se impôs pela capacidade, amor e fé à causa que abraçara. Aos bons a beleza de ver reconhecido o seu trabalho em favor de uma causa justa.
Luiz Alves de Oliveira, com sua simplicidade, sabia como poucos valorizar a importância de se reconhecer o poder, a sabedoria e a capacidade do homem. Trabalhou como um operário; enfrentou os obstáculos com inteligência; procurou encontrar os caminhos que podiam levar a Colônia Agrícola do Treze, em Lagarto, no Estado de Sergipe, a se constituir num marco de desenvolvimento do Estado e do país. Luiz Alves foi escolhido num universo de técnicos bem preparados, como soem ser os funcionários do Banco do Brasil. Sua missão era especial: tentar salvar os recursos investidos pelo Banco na Cooperativa Agrícola do Treze, instituição que congregava um número significativo de agricultores pobres, detentores de famílias numerosas, necessitadas de encontrar um rumo para os seus sonhos. Sonhos alimentados pelos agricultores por tantos anos, na atividade produtiva de sustentação.
Missão ou sacerdócio? Melhor seria dizer, sacerdócio. O que falar a tantos trabalhadores sofridos pelas decepções enfrentadas, após acreditar que o cooperativismo seria o caminho para o soerguimento das economias primárias? Como falar ao coração desses homens de mãos calejadas, que o cooperativismo os transformaria em pessoas capazes de dar educação e sustento honesto a seus filhos, diante da real veste capitalista do Banco, ávido por recuperar seus recursos? Eis a missão que lhe outorga o Banco do Brasil para cuidar de forma racional, coerente com os propósitos do capitalismo, sem esquecer que o real valor do trabalho estava na recuperação da confiança do homem do campo, foco principal de qualquer instituição desenvolvimentista séria.
A escolha do Banco do Brasil não poderia ter sido melhor. Luiz Alves não foi apenas um técnico, foi um homem dos números, dos projetos, do conhecer como fazer e por que fazer. Foi acima de tudo um homem de visão, pois conseguiu despertar no homem do campo a confiança e a importância do seu trabalho. Foi um técnico fiel ao princípio da honestidade, e fez com que novos recursos fossem transferidos pelo Banco para viabilizar a alavancagem da produção da Cooperativa. Luiz Alves incentivou a diversificação das atividades da Cooperativa e a criação de uma estrutura educacional para todos, integrando os produtores entre si, e criando uma estrutura produtiva sustentável.
Com sua visão progressista conseguiu fazer com que o homem readquirisse a confiança e a coragem, tão importantes no processo de transformação da Colônia Agrícola. O homem passou a representar a razão maior e mais importante no processo, e as suas famílias a motivação para todo o esforço que estavam a desenvolver. Com propósitos firmes e visão desenvolvimentista, Luiz Alves consegue ver projetada a experiência da Cooperativa do Treze a nível internacional, fazendo chegar a Sergipe missões do exterior, que para nosso Estado vieram com o propósito de conhecer o trabalho desenvolvido pela Cooperativa.
Com Luiz Alves à frente da Cooperativa, os produtos dos cooperados passam a circular por todo o país. Os benefícios do trabalho sério, honesto e participativo já não é mais sonho, mas uma realidade para os agricultores, e para o Banco do Brasil, a certeza da recuperação de seus créditos. A Cooperativa consolida-se como um espaço importante para realização de novos negócios produtivos, e nasce uma cultura de transformação e de formação de verdadeiros cidadãos. Luiz Alves de Oliveira marcou o Estado de Sergipe com seu trabalho e sua visão centrada na educação, na cultura, no trabalho e na honestidade, elegendo o homem a razão maior de todos os projetos que abraçou. Ele foi para a Cooperativa Agrícola do Treze o que todo governante deveria ser à frente dos cargos em todas as dimensões administrativas, quer a nível municipal, estadual ou federal. A comunidade da Colônia Treze faz justiça a Luiz Alves de Oliveira com as homenagens prestadas no dia 3 de setembro, durante as comemorações cívicas alusivas ao sete de setembro.
José Teles de Menezes Sobrinho