O natal não é para todos!
Quando menino (e continuo sendo), o natal era até certo tempo, a magia do final do ano. Acostumado com os ensinamentos religiosos, tentava retirar dos pensamentos a idéia de presentes (que nem sempre viam) para pensar no magnânimo do nascimento de Jesus. O tempo corria e as dificuldades aumentavam; meu pai era doente e os parcos recursos que minha mãe possuía mal davam para o sustento de todos, apesar dele continuar tentando ajudar, atrás do balcão.
Nos desejos de uma mãe, o natal se pronunciava tímido, mas com pinheiro natural e presépio maravilhoso. Durante o dezembro, as estatuetas dos reis magos caminhavam na paisagem feita de papel kraft que foram pintadas a mão, no chão, como era a tradição. Hoje raramente enxergo em alguma vitrine algo parecido, mas somente parecido.
Na véspera a ansiedade tomava conta e nem os folguedos normais (futebol e jogo de clica) não conseguiam nos acalmar; eis à noite e mesmo sem recursos, sempre D. Eunice conseguia presentear-nos e jamais vou esquecer aquele natal em que ganhamos um Forte Apache, de madeira, com carroças e soldados, cavalos e índios...
O tempo corre tal qual água de chuva e não podemos pará-lo e em 1971, quatro dias antes do natal, meu pai foi embora sem dizer adeus, sem me abraçar e eu não estava perto, porque guri de 14 anos só se preocupava com os seus brinquedos e jogos. Estava em Santa Maria disputando o campeonato estadual de basquete infantil quando, ao término de um jogo fui avisado do acontecido. Embarquei no primeiro ônibus e fui pra casa, ajudar a enterrar meu pai.
Fica a dor da perda do pai; fica o brilho da mãe que soube continuar a vida, sustentando os quatro filhos, num exemplo impecável. Fica a lembrança do Helvino que mesmo ausente como pai, fez e faz parte de minha vida, de muitas vidas e neste natal, triste, tento esquecer e não consigo. Não posso por um lado, quero por outro.
O natal não é para todos, mas eu posso e vocês podem fazer o seu. Basta não quererem cobrar dos outros as atitudes que vocês desejam que sejam feitas. Jamais digam a pessoa amada que vão mudar se ela mudar primeiro. Digam: vamos mudar mesmo se a pessoa amada mudar ou não. O tempo dirá quem está certo, porque exigir para ganhar não muda a situação; agrava mais ainda a tensão.
Hoje o natal para mim não é festa, não é presente. É a lembrança permanente da evolução, do exemplo que o nosso irmão Jesus fez aqui na terra, quando da sua encarnação como homem. Seus exemplos devem ser seguidos e multiplicados. Muitos conseguem imitá-lo – em parte e não no todo –; outros dizem que fazem e nada fazem. Eu, eu em cima do muro, infelizmente.
Que todos possam ter um natal e que este possa ser para todos dentro daquilo que ele deveria significar: o amor entre as pessoas pelo nascimento do Cristo, por tudo aquilo que Ele fez e que continua fazendo, porque um grande homem não pode ser medido pelo seu poder e sim pelas obras que faz, sem se impor e se vangloriar.
2007 será o melhor ano de minha vida e este lema adotado vem sendo repetido a cada final de ano. O mesmo eu desejo a todos os amigos e inimigos; colegas e companheiros; clientes e chefes. Desejo o sucesso com aquilo que você pode conseguir porque o sucesso é somente aquilo que você faz por merecê-lo conforme o Círculo dos Profissionais de Venda.
Realmente o natal e as festas de mudança de ano mexem com as pessoas e este momento deveria ser usado como aditivo em todos os dias. Todos os dias deveria ser dia novo. Vocês acordariam e sairiam correndo para matar um leão como diz o ditado, mas não se esqueçam que a matéria fica e seus feitos ou aquilo que deixaram de fazer, lhes acompanham, tal qual o conhecimento adquirido.
Que venha o natal e 2007. Estou de braços abertos e disposto a aceitar as mudanças e mudar; a ver o que acontece e agir, mas preciso de ajuda. Sim, reconheço que preciso de ajuda porque sem as pessoas que amo não posso viver como sem amigos e colegas não posso ser vendedor.
Oscar Schild, vendedor, gerente de vendas e escritor.
http://www.grandesvendedores.com.br (aguarde novo site)