NANDO REIS ASSUME... que é ateu.

Durante a ditadura militar a Revista playboy foi um campo fértil às entrevistas interessantes, mas o fim da censura deixou os redatores e repórteres meio perdidos. A revista deixou de ser referência de polêmicas. Assim a intelectualidade não podia mais justificar a curiosidade sobre a nudez das famosas (e gostosas) usando o argumento de uma entrevista espantosa.

Nos últimos dois meses a Playboy voltou a ser gênero de primeira necessidade aos estudantes universitários. Claro que ela nunca deixou de ser fundamental aos estudantes secundaristas, mas isto não vem ao caso. O importante é que a Playboy voltou a provocar punhetas mentais. Primeiro a Sandy e seu depoimento sobre o sexo anal e agora Nando Reis falando de sua condição de ateu.

Total liberdade a Nando Reis! Mas confesso que estou cansado de tantos “assumimentos” nos mais variados setores.

Todo mundo tem algo a assumir! Um é gay, a outra é “à-toa”, um assume sua condição de falido, a outra vem e diz que é vegetariana, mas assume que adora um churrasco. Aí aparece outro dizendo que adora lamber os pés de namorada e a namorada assume que tem chulé. A atriz que já entrou na casa dos 70 assume que só consegue gozar com rapazes de 18 anos. Os rapazes de 18 assumem que só pegam as coras que tem dinheiro.

E agora, como cereja do bolo surge o Nando Reis assumindo sua condição de ateu.

Acho que estou ficando velho, não no sentido de inútil, mas por ver a vida de uma forma diferente, mais simples, sem estes arroubos tresloucados de assumir por assumir, como se isto me fizesse diferente ou melhor do que os outros... Optei por sentir, por perceber, por acolher minha vida de maneira branda. Estou feliz comigo. Ponto.

Não vejo necessidade de falar de minhas crenças ou descrenças, dos meus apetites sexuais ou de minhas taras, das minhas virtudes ou perversões. Tudo é tão passageiro e irrisório que não vale a pena pagar o mico de assumir.

O importante é viver, mas se for impossível não assumir alguma coisa que seja para si. A vida tem me mostrado que nossos pensamentos são como o perfume; não precisamos falar deles, as pessoas sentem.

E pra terminar cito a filósofa Ângela Rô Rô: “A vida é bela, só nos resta viver...”